O número de pessoas expostas à radiação depois do acidente nuclear ocorrido no Japão neste sábado pode chegar a 160, segundo um funcionário da agência japonesa de segurança nuclear. O acidente aconteceu na central nuclear de Fukushima, depois que um forte terremoto atingiu o país na sexta-feira (11)
Nove pessoas já haviam mostrado uma possível exposição à radiação da usina, com base em informações de testes por parte das autoridades municipais e de outras fontes, mas as estimativas das autoridades sugerem que este número poderia subir a algo entre 70 e 160, disse o funcionário da Agência de Segurança Industrial e Nuclear, em entrevista coletiva.
Cerca de 140 mil pessoas já foram retiradas das áreas próximas a duas centrais nucleares no Japão. Em um raio de 20 quilômetros em torno de Fukushima Daiichi, estima-se que 110 mil pessoas tenham deixado a área. Outras 30 mil, que vivem em um raio de 10 quilômetros de Fukushima Daini, também tiveram que deixar o local.
Autoridades afirmam que a contagem ainda não foi encerrada. A ação deseja prevenir que mais pessoas sejam expostas à radiação.
O governo japonês afirma que os níveis de radiação em torno da usina nuclear "diminuíram nas últimas horas". De acordo com a agência da ONU para energia nuclear, com sede em Viena, houve um aumento inicial desses níveis mais cedo, mas eles estão se reduzindo.
O acidente na cidade de Fukushima foi classificado como de nível 4 na Escala Internacional de Sucessos Nucleares, que vai de 0 a 7. A classificação é a terceira mais alta já concedida, ficando atrás apenas do acidente em Three Mile Island, nos Estados Unidos, em 1979 (nível 5), e de Tchernobil, em 1986 (grau 7).
O reator Daiichi 1, ao norte da capital Tóquio, começou a vazar radiação depois que o terremoto de magnitude 8,9 causou um tsunami, prontamente levantando temores de um derretimento nuclear. O sistema de resfriação do reator nuclear falhou após os tremores, causando uma explosão que rompeu o telhado da usina.
IODO
Autoridades japonesas disseram neste sábado que o núcleo do reator estava intacto, e que água do mar seria jogada no reator que está vazando para resfriá-lo e reduzir a pressão na unidade, um comunicado que deve acalmar os temores de um acidente nuclear.
Especialistas disseram que é crucial assegurar que o recipiente de aço do reator não tenha sido afetado pela explosão ou pelo terremoto.
"Se o recipiente de pressão, que comporta de verdade o combustível nuclear... se ele estava para explodir, é basicamente o que aconteceu em Tchernobil, você terá uma liberação enorme de material radioativo," afirmou o professor Paddy Regan, físico nuclear da Universidade Surrey, no Reino Unido.
O governo do Japão avisou aos agentes de inspeção nuclear da ONU (Organização das Nações Unidas) que estão preparando uma distribuição de iodo às pessoas que moram perto das usinas nucleares afetadas, segundo a agência da ONU, em Viena.
O iodo pode ser usado para ajudar na proteção contra câncer na tireóide, para o caso exposição radioativa em um acidente nuclear.
Após o desastre de Tchernobil, milhares de casos de câncer de tireóide foram registrados em crianças e adolescentes, expostas no momento do acidente. Mais casos são esperados.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) anunciou ainda que o risco para a saúde pública do vazamento de radiação no Japão parece ser "muito baixo", mas que a rede da OMS de peritos médicos estava pronta para ajudar se for solicitado.
"Neste momento parece ser o caso que o risco para a saúde pública é provavelmente muito baixo. Entendemos que a radiação que escapou da planta é muito pequena em quantidade," disse o porta-voz da organização, Gregory Hartl.
(fonte: AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)Veja a chegada do Tsunami no aeroporto de Sendai, video em anexo.
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