O cenário se revela pior a cada amostra do instituto. Há dez anos, a POF (Pesquisa de Orçamento Familiares) indicava que a proporção de brasileiros adultos com excesso de peso era de 42,3%. Entre os anos de 2008 e 2009, o indicador atingiu 50%, isto é, metade da população. Em dez anos, o crescimento foi de pouco mais de 16 pontos percentuais.
O tema da nova edição da PNS é "Ciclos de Vida", e foram investigados os seguintes temas: pessoas com deficiência, saúde dos idosos, saúde da mulher, saúde das crianças com menos de dois anos e antropometria e pressão arterial. Os entrevistadores do IBGE estiveram em pouco mais de 80 mil domicílios. O Brasil possui, segundo o IBGE, cerca de 65 milhões de residências e 200,6 milhões de pessoas.
Recortes
O estudo trabalha com categorias distintas: excesso de peso e obesidade. Os obesos estão dentro da categoria excesso de peso, mas o contrário não ocorre. Para ser considerado com excesso de peso, o cálculo do IMC (índice de massa corporal -peso dividido pela altura ao quadrado) deve ser igual ou superior a 25 kg por metro quadrado. A obesidade é quando este número ultrapassa 30 kg/m2.
Em 2013, a proporção de mulheres com excesso de peso (58,2%) era um pouco maior em comparação com a dos homens (55,6%). Na análise por faixa etária, o índice mais elevado foi observado entre as pessoas de 55 a 64 anos (68,3%).
Embora abaixo da proporção média nacional, os jovens de 25 a 29 anos demandavam preocupação especial: quase metade da população nessa faixa etária estava com excesso de peso.
Na pesquisa realizada pelo IBGE com dados de 2002 e 2003, a proporção de jovens de 25 a 29 anos com excesso de peso era de 38,2%. Ou seja, em dez anos, houve crescimento de mais de dez pontos percentuais.
O Estado com a maior porcentagem de pessoas com excesso de peso foi o Rio Grande do Sul, onde 63,3% das pessoas de 18 anos ou mais enfrentavam problemas com a balança. Mato Grosso do Sul (60,4%), Rio de Janeiro (60,4%) e São Paulo (60,4%) também estão acima da proporção média nacional.
Déficit de peso e obesidade
Já quanto à obesidade, a proporção foi de dois para cada dez brasileiros adultos (21,5%). Nos anos de 2008 e 2009, a Pesquisa de Orçamentos Familiares, também elaborada pelo IBGE, calculava esse índice em 15,2%. Há dez anos, o mesmo estudo indicava proporção de 11,7%. Portanto, em uma década, houve um crescimento de quase dez pontos percentuais.
Por outro lado, o número de pessoas com déficit de peso --IMC menor do que 18,5 kg por metro quadrado-- vem diminuindo na série histórica feita pelo IBGE. De 3,9%, em 2002 e 2003, para 2,2%, em 2013, de acordo com as estatísticas do instituto. Isso significa dizer que, atualmente, para cada dez brasileiros, dois apresentam apresentam déficit de peso --há uma década, quatro a cada dez tinham esse tipo de insuficiência.
Intervalo de confiança
Por ser uma pesquisa por amostra, as variáveis divulgadas pela PNS estão dentro de um intervalo numérico, que é o chamado "erro amostral". Não há uma margem de erro específica para toda a amostra.
Para cada caso, é calculado o intervalo de confiança. Isso quer dizer que, em 95% das vezes em que se calcula um indicador, ele estará dentro do intervalo confiável.
Portanto, quanto menor o intervalo de confiança, mais preciso é o dado, segundo explicação da gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lúcia Vieira.
Diferentemente das pesquisas eleitorais, que têm apenas um indicador em destaque (a intenção de votos de determinado candidato), a PNS tem vários indicadores e o valor de cada um deles oscila dentro do seu intervalo específico. (Fonte: UOL/ Hanrrikson de Andrade)
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