Após reunião com representantes da Agência Nacional de Água (ANA) e dos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, Braga afirmou que o encontro foi “cordial” e que analisou “dados técnicos”.
“A interligação está sendo trabalhada. O governador [Geraldo] Alckmin esteve no ano passado com a presidenta Dilma [Rousseff] e chegaram a um acordo de financiamento e de colocação dessas obras prioritárias no regime do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Então, as obras [da interligação] devem ter início muito proximamente, até o final deste mês, ou no início do mês que vem”, informou Braga.
No encontro dos representantes dos três estados e da agência foi discutido também um plano de segurança hídrica para a Bacia do Rio Paraíba do Sul. O secretário ressaltou que, dos debates técnicos, será elaborada uma resolução com propostas concretas. Antes de entrar em vigor, o documento será debatido com a sociedade por meio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.
Segundo o secretário, o processo de interligação não comprometerá o abastecimento do Rio de Janeiro e deve começar a funcionar em março do ano que vem. “Não entendo por que cobertor curto. Não se trata disso, absolutamente. A ideia é aumentar a segurança hídrica da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Ou seja, vamos armazenar água nos reservatórios para que o Rio de Janeiro tenha segurança hídrica. Vamos interligar a Bacia do Rio Jaguari com o Sistema Cantareira para que São Paulo tenha segurança hídrica. Não há conflito nenhum”, disse Braga. “O que há é cooperação, interesse de trabalhar junto”, afirmou.
Com a interligação será construído um novo reservatório que bombeará água para o Cantareira. O projeto apresentado no ano passado pelo governador Geraldo Alckmin prevê a construção de um canal entre as represas Atibainha, que integra o sistema que abastece a grande São Paulo, e o Reservatório Jaguari, um dos afluentes do Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento do Rio de Janeiro, que também abastece Minas Gerais.
A ideia, conforme a proposta paulista, é construir um sistema de “mão dupla”. Ou seja, quando um dos reservatórios tiver excedente de água, o volume será enviado para a outra represa. A interligação, no entanto, enfrentou resistência do Rio de Janeiro, já que dois terços das águas do Rio Paraíba do Sul são desviados para garantir o abastecimento da região metropolitana do Rio. O Paraíba do Sul, que nasce em São Paulo, atravessa os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, contribui para o abastecimento de 15 milhões de pessoas por onde passa.
De acordo com Braga, enquanto a interligação não entra em funcionamento, São Paulo investirá na construção de sistemas para tratamento de água de esgoto. “Até lá, a situação é bastante complexa, temos algumas alternativas na área do reuso de água dos esgotos. Isso é um ponto que pode ser jogado nos reservatórios. São obras de execução mais curta, mas que ainda levam uns seis meses.” (Fonte: Agência Brasil)
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