"Pode chegar [a ter rodízio]. Torcemos [para] que não", disse. "Ainda não temos um ponto que acenderá a luz vermelha", acrescentou o presidente da Sabesp sobre a eventual necessidade de se adotar um rodízio de consumo. Segundo ele, "não haverá surpresas sobre isso", e a empresa vai comunicar a população se esse momento chegar.
"Se continuar essa situação muito ruim, não quero iludir, você tem que ir fechando a torneira do que sai. Isso significa maiores restrições de consumo à população", afirmou, ponderando que torce que os últimos meses da temporada de chuvas elevem o nível das represas.
Em um eventual rodízio, o abastecimento seria interrompido por determinado período em certas áreas, com aviso prévio da responsável pelo abastecimento.
O rodízio seria uma medida extrema, conforme o presidente. Antes disso, a Sabesp aumentará o tempo em que a pressão nas tubulações é mais fraca. A medida está em vigor desde 2014 e será ampliada neste ano, disse o presidente nesta quarta.
O objetivo, segundo Kelman, é reduzir o desperdício de água no sistema, mas afeta o abastecimento em áreas da Grande São Paulo, sobretudo as mais altas.
"Há gestão da pressão em toda a região metropolitana. Onde está mais 'apertada' é na zona norte, que é a região do [Sistema] Cantareira", afirmou o diretor Metropolitano da Sabesp, Paulo Massato.
A Sabesp também quer aplicar multa aos clientes que aumentam o consumo, mas para isso precisa reverter uma decisão judicial que a suspendeu.
A Justiça entendeu que a administração estadual, antes da multa, deveria decretar um racionamento de água.
"Estamos numa situação de escassez hídrica. Se precisar de um documento oficial, com firma reconhecida, as autoridades da área saberão entender a urgência disso e satisfazer essas exigências de natureza administrativa", disse Kelman. Os clientes que não estão economizando representam 20% do total.
Nesta quarta, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a ANA é quem adotou um racionamento, que não está sendo repassado ao consumidor de São Paulo.
Outros sistemas
O remanejamento de água de outros sistemas é outra medida adotada em 2014 que pode ser ampliada em 2015. Os bairros que deixam de ser atendidos pelo Cantareira pode ser ampliado.
"Estamos replanejando essas intervenções", afirmou Massato. Porém, a Sabesp não vai mais recorrer ao sistema Alto Tietê, segundo o diretor, pois o reservatório também passa por uma grave crise. (Fonte: UOL/ Wellington Ramalhoso/Valor Econômico)
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