Fonte: Divulgação [-] [+]
“As forças espirituais negativas que agem sobre a Humanidade, intentando manter o homem cativo de sua própria ignorância, contam com aliados poderosos em todas as áreas de atuação, inclusive no da própria Ciência; espíritos de mente poderosa, altamente intelectualizados, considerados verdadeiros gênios, corporificam-se no Planeta e, com sutileza, desviam o homem do real conhecimento da Verdade. Vejamos um exemplo: após Sócrates e Platão, que podemos, sim, com Allan Kardec, considerar “precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo” (Item IV, da Introdução de “O Evangelho segundo o Espiritismo”), tivemos Aristóteles, que, com a aridez do seu pensamento sufocou a flor da Espiritualidade que desabrochara na Grécia; embora a contribuição que trouxe à Ciência e à Filosofia, Aristóteles contribuiu para que, de certa maneira, a doutrina de Sócrates e de Platão fosse postergada... Sócrates, Platão e Aristóteles representaram uma encruzilhada no caminho da evolução do pensamento humano, e a humanidade preferiu Aristóteles, cuja influência intelectual até hoje remanesce nos meios acadêmicos, que consideram os dois primeiros excessivamente místicos...” (pág. 15 – grifos nossos)
A influência de Aristóteles é inestimável, não só nos “meios acadêmicos”, como disse Dr. Inácio: três quartos da humanidade diretamente, e toda ela, indiretamente, vive sob influência das ideias deste Sábio da Antiguidade. As doutrinas do Estagirita (assim conhecido pois nasceu em Estagira, Ásia Menor) infiltraram-se no Ocidente e no Oriente, são tidas como “naturais” e tão “óbvias” que nem se percebe quanto são venenosas...
O pensamento aristotélico influencia fortemente o Cristianismo (através de Tomás de Aquino e outros), o Islamismo (através de Averróis e outros) e o Judaísmo (através de Maimônides e outros). O Modo de Produção Capitalista e a proposta Comunista, conforme concebida por Karl Marx e aplicada com variações na Bolívia, Brasil, China, Coréia, Cuba, Equador, Rússia, Venezuela e outros países, nos últimos 150 anos, também se alicerçam no aristotelismo. Não é exagero dizer que a Terra é governada pelas ideias de Aristóteles, que é o próprio “Príncipe do Mundo”, contra o Cristo de Deus...
Aqui não dá para tratar todo “veneno” aristotélico. Ficarei apenas com a maldade do Estagirita incorporada pela humanidade na Questão Ética, a mais relevante.
Em inversão absurda, que permite os interesses políticos não terem limites éticos (primeira dose do “veneno”: a política sem ética), no livro “Ética à Nicômaco” , Aristóteles classifica a Ética como ciência subalterna à Política, e diz que a essência do homem é sua alma, mas deixa em aberto se a alma é eterna ou desaparece com morte... (o “veneno” prossegue: a alma pode não ser imortal...).
O Estagirita, então, desenvolve a doutrina das três partes da alma: a parte Vegetativa (relativa às funções de nutrição e excreção alimentar comuns aos homens, vegetais e animais); a parte Sensitiva (que tanto homens quanto animais possuem, e abriga instintos e desejos); e a parte Racional, a mais elevada, (propriamente humana).
À parte Racional da alma, “para baixo”, cabe controlar os desejos e instintos sediados na parte sensitiva, buscando a Justa Medida das ações Éticas, o caminho do meio, que afasta excesso e escassez. “Para cima”, cabe à parte Racional da alma aproximar o homem do divino, da pura contemplação, realizando a eudaimonia (sinônimo grego de felicidade). Para Aristóteles “a felicidade é atividade da alma segundo a virtude”, realizada na parte superior da alma Racional, lugar das virtudes Dianoéticas.
Taxativo, Aristóteles também diz que bens materiais não proporcionam felicidade, pois a felicidade é atividade interior da alma. Porém, veneno venenoso, tóxico dos tóxicos, diz o Estagirita: “a ausência de certos bens materiais pode provocar a infelicidade”... Não esclareceu quais bens materiais cuja ausência tornam os homens infelizes, mas os intérpretes dão corda a essa tolice, de vários modos.
Jerônimo Mendonça, tetraplégico, poderia ser e foi feliz? Minha bisavó materna, Paulina Lucas, leprosa, recolhida compulsoriamente, como tantos e tantas, na Colônia Santa Isabel, em Betim (MG), poderia ser e foi feliz? D. Eurides e Sr. Paulino, pais do ex-Secretário Geral do Ministério da Agricultura, Paulino Garcia , e ele mesmo, que a morte recolheu mais cedo, logo no início do mandato, em 1993, num acidente automobilístico em Brasília (DF), podem e são felizes? Quais bens materiais fazem falta para a felicidade destas e de todas as pessoas?
Verdade é que se vive desculpando para não iniciar já a construção do Reino de Deus na Terra, como, dentre outros, John Locke, que “interpretando” mal o Gênesis formulou bases teóricas da empresa predatória que devasta o meio ambiente em nome do lucro sem limite.
Não repetirei o que já é conhecido, e que foi bem sintetizado em “100 ANOS DE CHICO XAVIER: Fenômeno Humano e Mediúnico. EM SUA BIOGRAFIA MAIS COMPLETA” , do Dr. Carlos Baccelli. Ali está a receita do antídoto para o “veneno” de Aristóteles: ensinamentos e exemplos de Chico Xavier, em sintonia com o Mestre Jesus. Quem quiser encontrar a felicidade, e não mais abandoná-la, em companhia do Anjo da Caridade, suba os morros, vá para a periferia, visite os hospitais, presídios, creches, escolas e asilos públicos, se não lhe for também franqueado acesso a domínios privados. Ajude na limpeza, custeio e demais atividades do Centro Espírita, aplicando passes, distribuindo água fluidificada, estudando, participando de reuniões mediúnicas sustentando, doutrinando, concedendo passividade, sem se esquecer da prece contínua, que nos liga para cima, e não vacile em travar o bom combate contra a ignorância das trevas, ampliando a cidadania:
“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Efésios, 6:12)
Escrito em Salinas (MG), 02 de abril de 2010,
Centenário de Chico Xavier.
Antonio Baracat
Professor de Filosofia
antonio.baracat@ig.com.br
http://lattes.cnpq.br/1000808375247061
(Fonte: enviado por Marcos Rogério Naitisk)
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