Nada é tão ruim que não possa piorar. Depois do fracasso que foi a passagem de Felipão à frente da Seleção Brasileira, a CBF decidiu apostar em outro treinador que segue o mesmo estilo. De acordo com as informações da Rádio Jovem Pan de São Paulo, o capitão do tetra já assinou contrato para assumir a Brasil. O anúncio oficial será terça-feira (22).
O acordo foi firmado, segundo o veículo paulistano, durante um encontro de Dunga e o novo coordenador de seleções da CBF, o empresário e ex-goleiro Gilmar Rinaldi. O ex-volante teria aceito, inclusive, a nova filosofia da entidade, que será trabalhar com atletas mais jovens até os Jogos Olímpicos de 2016.
Esta será a segunda passagem de Dunga à frente da Seleção. Entre 2006 e 2010, ele também dirigiu a Amarelinha e até conseguiu bons resultados. Ao todo, foram 60 partidas, com 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas. O que dá um aproveitamento de 76,7%. No período, ganhou a Copa América de 2007 e a Copa das Confederações de 2009.
A derrota para a Holanda, por 2 a 1, que derrubou a Seleção Brasileira nas quartas-de-final da Copa de 2010, escancarou uma crise. O treinador, além de uma crise de relacionamento com a imprensa, ainda não soube fazer a transição de gerações e preparar jogadores mais jovens para o futuro.
A boa relação de Dunga com Gilmar pode ter facilitado o retorno do ex-volante. A relação de amizade entre Gilmar e Dunga começou no início da carreira de ambos, em meados da década de 80, quando atuaram juntos no Internacional. Depois disso, defenderam a seleção olímpica de 1984 e foram tetracampeões na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Ainda hoje, eles ainda mantém a amizade.
"LEGADO" DE DUNGA
A contratação de Dunga, caso se confirme, deve gerar uma insatisfação generalizada não só com a torcida, como também com a imprensa. Isso porque nos quatro anos em que esteve à frente da Seleção, entre 2006 e 2010, colecionou inimizades entre os jornalistas. Muito por conta de seu mau humor nas entrevistas e também por ter blindado totalmente a preparação para a Copa de 2010, onde caiu nas quartas perante a Holanda.
Outro fator que pesa contra Dunga foi seu método de trabalho na Copa passada. No melhor “estilo Felipão”, ele formou um time com jogadores com quem tinha afinidade e que faziam parte da sua “família”. E, para piorar, ignorou o futuro da Seleção, levando vários jogadores contestáveis e quase nenhum que pudesse ser aproveitado no futuro.
O treinador não se importou em deixar um legado e dar experiência a promessas para a Copa de 2014. Os exemplos emblemáticos foram as ausências do meia Ganso e o atacante Neymar, que viviam grande fase e não ganharam oportunidades. Por outro lado, foram levados jogadores como Michel Bastos, Josué, Kléberson e Grafite.
Além do passado pouco empolgante, Dunga também não tem apresentado números que sustentem sua contratação. De 2010 para cá, ele dirigiu apenas o Internacional em 2013. Apesar de conquistar o Gauchão daquele ano, saiu sem deixar saudades com menos de um ano de trabalho.
CEREJA NO BOLO
A chegada de Dunga seria uma cereja no bolo na série de trapalhadas de Marin e seu vice Marco Polo Del Nero. Afinal, eles mantiveram à frente da coordenação das seleções de base o ex-volante Alexandre Gallo, que não tinha experiência alguma quando contratado e, até hoje, não apresentou nada substancial para o desenvolvimento do futebol de base brasileiro.
Outro ponto negativo foi o anúncio da contratação de Gilmar Rinaldi, nesta quinta-feira (17). Além do fato de não ter experiência alguma para esta função específica, o ex-goleiro ainda exercia a função de empresário de jogador até quarta-feira à noite. Seu site ainda estava no ar enquanto dava entrevista na CBF. Fatos que só aumentam as suspeitas sobre as reais intenções da diretoria da CBF. (Fonte: Agência Futebol Interior)
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