Após a derrota histórica da seleção brasileira para a Alemanha, no dia 8 de julho, terça-feira o dia seguinte (9) foi o dia de lamentações no comércio.
Na Saara (Sociedade dos Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), um dos pontos de venda popular mais movimentados do centro do Rio, algumas lojas devem promover uma liquidação para tentar salvar o que encalhou no estoque de produtos verde-amarelos.
Na avaliação do presidente da Saara, Ênio Bittencourt, o Mundial deste ano não levou tanta empolgação à população, o que impactou de forma significativa as vendas, que tiveram faturamento de 30% a 40% abaixo do esperado. “Estamos vendo se essa liquidação acontece mesmo, com descontos que podem variar entre 10% e 40%. De longe essa Copa não foi como esperávamos. Desde o início as pessoas circulavam por aqui sem muita empolgação. Tivemos um início de Mundial muito desanimado nas vendas”, disse.
Em muitas lojas, era possível ver funcionários empacotando buzinas, camisas, bandeiras, perucas e o que sobrou de mercadorias nas cores da seleção canarinha. Apesar do clima de tristeza, alguns estabelecimentos insistiram na decoração com as cores brasileiras, mesmo que discretamente. Foi o caso da loja da gerente Luciana Souza, 25 anos, que vai esperar o encerramento do Mundial, no próximo domingo (13), para guardar todos os produtos encalhados.
“Estávamos imaginando vender o dobro do último Mundial, mas não chegamos nem perto. Acho que as passeatas, os feriados decretados durante a Copa, as compras de última hora, prejudicaram de alguma forma o movimento. Como são produtos que não estragam, vamos guardar para outra Copa e para as Olimpíadas de 2016”.
A vendedora Charlene Teixeira, 25 anos, não sabia ao certo o motivo de estar recolhendo todos os produtos da loja. “Só nos orientaram a tirar tudo. Não vamos colocar nem para liquidação o que sobrou. Tem muitos produtos encalhados”.
Aos poucos, os artigos das festas junina vão tomando conta do espaço que antes era ocupado pelos produtos nas cores do Brasil. O comerciante Maiko Riche, 37 anos, dono de uma loja que antes tinha toda a frente dominada pelas cores da seleção, fez a mudança na decoração ainda pela manhã. “Lógico que, como brasileiro, a minha vontade é guardar todos os artigos da seleção. Mas vou juntar esses produtos em uma sessão pequena da loja por causa dos turistas. Hoje não vendi nada do Brasil. A única coisa que continuo vendendo é a cópia da taça, os gringos compram muito”, lamentou.
Para Maiko Riche, essa foi a pior Copa do Mundo de todos os tempos para o comércio. “Lembro que no mundial de 1998 tivemos que colocar corda na loja para conter o tanto de pessoas que queriam comprar. O resultado do Brasil no jogo de ontem refletiu o que foram as vendas. Alguns comerciantes aqui da Saara chegaram a investir R$5 milhões só nesses produtos. Mas o movimento estava muito ruim, as pessoas não estavam comprando nada para enfeitar as casas. Faltando uma semana para o início da Copa, o movimento até que cresceu, mas depois do jogo contra o Chile, começou a decair. O pico de vendas do Mundial não passou perto do que é o Natal ou o carnaval”, comparou.
Em meio às pessoas que circulavam hoje pelo Saara, poucas eram as que procuravam produtos relacionados à seleção brasileira. Ao ver uma gôndola cheia de chinelos verde e amarelo na promoção, a dona de casa Suly Costa, 43 anos, correu para encontrar um par. “Vou comprar porque está mais barato. Antes, o mesmo chinelo estava custando R$ 25,9. Hoje já está na promoção, por R$ 9,90. Lógico que a gente fica triste pela derrota do Brasil, ainda mais sendo como foi. Mas a vida continua. O brasileiro tem que aprender a lidar com a derrota”, disse. (Fonte: Agencia Brasil/InfoMoney)
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