Segundo o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Aurélio Alves Pinto, essa era a principal meta de trabalho para esta terça-feira.
“Nosso objetivo era liberar o fluxo de água porque, caso venha a chover novamente, a água vai passar de maneira tranquila. Era uma preocupação com o que ainda poderia acontecer”, explicou. Ele estimou, no entanto, que o entulho acumulado no rio deverá demorar ao menos uma semana para ser retirado.
De acordo com o governador do estado, Geraldo Alckmin, que esteve no local de manhã, a ponte sobre o Rio Palmital, que passa pelo município, foi a principal causadora da enchente: seus pilares obstruíram a passagem de galhos, árvores e entulho que a água da enxurrada trouxe da serra. Sem ter por onde seguir seu curso, o rio transbordou e atingiu as casas da cidade. No último balanço divulgado pela Defesa Civil, o número de mortos subiu para 12 e o de desaparecidos está em oito.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o corpo de uma das vítimas, levada pela enxurrada, foi encontrado no município de Iporanga, a cerca de 80 quilômetros de Itaóca. Os corpos estão sendo levados para um galpão da prefeitura onde são identificados e, após análise do Instituto Médico-Legal (IML), são liberados para as famílias. Três corpos foram encaminhados para o IML da cidade vizinha de Itapeva e ainda não foram reconhecidos.
Para o capitão do Corpo de Bombeiros, Paulo Monteiro Filho, é difícil encontrar sobreviventes entre os que foram levados pela enxurrada. “Trabalhamos com estatística. Em uma ocorrência desse tipo, às vezes, o desaparecimento é porque a pessoa estava viajando. Mas [caso as pessoas tenham sido levadas pela correnteza do rio], pela rapidez com que a água subiu, e pela velocidade do curso, é difícil que haja sobreviventes. Mas temos que ter esperança.”
Segundo a Defesa Civil, 19 casas foram destruídas totalmente. A maior parte das famílias desabrigadas, num total de 83, foi para a casa de parentes e amigos. Apenas três famílias estão em escolas da prefeitura. Cerca de 80% da cidade já teve a energia restabelecida, mas o fornecimento de água ainda está sendo feito, em maior parte, por meio de caminhões-pipa.
As ruas do centro de Itaóca ainda estão tomadas pela lama, dois dias depois da tragédia. Todas as atividades na cidade, tanto comerciais quanto as do serviço público, foram suspensas.
Apesar da situação desoladora, os moradores têm procurado ajudar uns aos outros. “As pessoas estão se ajudando muito. Como a cidade tem pouca gente, todo mundo sabe de alguém que se foi com a chuva. É muito triste”, relatou a funcionária pública Adele Amaro, de 38 anos, que está ajudando a organizar as doações para os desabrigados. (Fonte: Agência Brasil)
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