É coisa chique, de gente que faz da vida uma eterna comemoração, transformando os pesadelos em grandes momentos.
A indústria do show business não poderia perder esse bonde, esse modismo.
E parece que já se adaptou para dar suporte, assessorar, divulgar e organizar a festa.
Aí começa nossa história.
...De repente, sem entender o por-quê, Adorfinho estava trêbado defronte as autoridades policiais, esperando para fazer exame de sangue, vez que se envolvera em ocorrência policial.
- Doutor, eu estou meio bão!
- Tenho certeza disso meu filho, você, como
“Capitu”, está com “olhos de ressaca”, e diante disso sou obrigado a solicitar exame de dosagem alcoólica. Posteriormente telefonaremos para alguém da sua casa vir te buscar.
- Isso não, isso jamais doutor.
- Você tem um telefone de um irmão, pai, mãe ou namorada que poderia vir buscá-lo aqui?
- Isso não doutor!
- Bem, leve-o para tirar sangue.
Adorfinho foi encaminhado para o tal exame e quando retornou encontrava-se menos bêbado, em condições de falar, de tentar articular sua história e explicar o porquê estava ali.
A autoridade policial, um experiente sexagenário à espera da aposentadoria, curtindo os últimos serviços policiais; Gostava do que fazia e tinha muita calma para ouvir as vítimas. Na verdade, fazia da profissão um laboratório, colhendo material para escrever um livro de contos, cujo título já possuía: “Políticos, Polícia, Prostitutas, tudo farinha do mesmo saco”.
- Fale meu filho, o que lhe aconteceu?
- Posso contar tudo?
- Deve.
- Eu era noivo de uma pessoa maravilhosa há 14 anos, 03 meses e 10 horas.
Hoje, um dia especial para mim, ela usou um tom cerimonioso para falar comigo: “Precisamos conversar”! Ela não me chamou de “ meu bem”, “meu amor”, muito menos de “Adorfinho”.
Quando ela começou a falar senti um frio na espinha e percebi que vinha um nabo voador por aí.
- Um “passaralho”.
- Como? Continue, meu filho.
- Ela falou que nossa relação não tinha futuro, que ela estava vivendo essa indecisão há alguns meses e nesse tempo conheceu outra pessoa, e que essa nossa conversa era o ponto final de um relacionamento que não deu certo. Senti que me faltaram as pernas.
- Provavelmente sentiu também um peso na cabeça...?
- Como o senhor descobriu?!
- É só um palpite....
- Ela estava com certeza da decisão, já eu, não e tentei ponderar para ver se ela reconsiderava aquela decisão dolorida. Ela não quis nem me ouvir, pegou suas coisas e foi embora.
Por isso, não tendo o que fazer, vim comemorar a separação aqui na “Boite Tri-Pé”. Bebi algumas cervejas e, na confusão que lá aconteceu, eu agi em legitima defesa. A noite toda eu fiquei com uma mina linda, beijamos e quando fomos pros finalmente no quarto e ela tirou a roupa, para minha surpresa, ela era ele, Julião45, cujos documentos eram bem maiores que os meus.
Me senti uma donzela no puteiro, a surpresa foi imeeeeeensa!
- E aí?”
- Passei a mão numa vassoura e parti para cima do mesmo, destruí todo o quarto, mas pus ele ou ela, ele, sei lá o que, pra correr.
- Atingiu a companheira?
- Não consegui, ele pegou a roupa e saiu correndo, pulou a janela e deve estar correndo até agora...
- Vassoura?
- Sim.
- Não é possível! Se eu contar ninguém vai acreditar.....
- Como?
- Continue....
- Fui socorrido pelas outras “minas” da boate, daí uns policiais que estavam lá me conduziram pra cá.
- Então o senhor não estava dirigindo bêbado?
- Não, eu estava comemorando, namorando, ou melhor, ia namorar, ou melhor esquece o que eu disse...
- Comemorando?
Em seguida, a autoridade policial mandou chamar os policiais militares que estavam do lado de fora do plantão, para confirmarem ou não a história que acabara de ouvir.
Ante a confirmação dos policiais, a autoridade determinou:
- Você está liberado, mas não tem condições de ir dirigindo. Chamo quem para vir buscá-lo? Seu pai, sua mãe, irmão, namorada ou o Julião?
- Como?
- Come nada!!!!
Wagner Sampaio é Advogado
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