Os detidos são apontados como sendo os responsáveis pelo desvio de ao menos R$ 500 milhões da prefeitura durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD-SP).
Os funcionários são acusados de integrar uma quadrilha que recebia propina de grandes construtoras para fornecer a elas certidões de quitação de ISS (Imposto Sobre Serviço) sem que pagassem tudo o que era devido.
O documento precisa ser emitido para que as construções obtenham o habite-se da prefeitura. Segundo a prefeitura, a quadrilha recolhia de 30 a 50% do ISS que deveria ser pago ao município em cada construção.
Há casos em que os depósitos realizados por construtoras na conta de um dos acusados chegaram a alcançar R$ 1,8 milhão em apenas um mês.
Em uma ocasião, uma construtora fez depósito de R$ 480 mil e conseguiu a certidão de ISS depois de pagar apenas R$ 12 mil.
De acordo com Haddad, juntos os presos acumularam um patrimônio de cerca de R$ 80 milhões. Com o grupo, a polícia apreendeu um Porsche e duas motos Ducati.
"Com um salário de servidor público dificilmente você consegue chegar a uma fração disso", disse Haddad.
Questionando se o ex-prefeito sabia do esquema, Haddad disse: "As informações preliminares não indicam que o esquema tinha ligação com o poder público".
O ex-prefeito diz que nenhum dos investigados foi indicado ao cargo por ele. "São técnicos, funcionários de carreira."
ESCÂNDALO
A operação, realizada hoje atinge em cheio a cúpula das finanças da gestão de seu antecessor, Gilberto Kassab (PSD-SP). Ele é aliado de Dilma Rousseff no governo federal. A operação faz parte da ação 'Acerto de Contas', que será implementada por Haddad.
Um dos acusados das supostas falcatruas é o ex-subsecretário da Receita Municipal Ronilson Bezerra Rodrigues. Outro é Eduardo Barcelos, diretor de arrecadação do mesmo órgão. Eles eram da equipe do secretário Mauro Ricardo, de Finanças. Os outros presos são Carlos Augusto Di Lallo Leite do Amaral, ex-diretor da divisão de cadastro de imóveis e o agente de fiscalização Luis Alexandre Cardoso de Magalhães.
O Ministério Público deve enquadrá-los nos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva ou concussão, lavagem de dinheiro e advocacia administrativa. (Fonte: UOL)
Foto Manchete:
Pousada em Visconde de Mauá (RJ) de propriedade de um dos agentes fiscais presos durante megaoperação
Leia também:
PM e manifestantes voltam a entrar em confronto em SP; mais de 60 são detidos
Veja Mais noticias sobre Policiais