Fonte: Divulgação [-] [+]
Estimado Professor Rivail: o Senhor seja conosco!
Embora com algumas semanas de atraso – pretendia remeter-lhe esta carta no último mês de janeiro –, escrevo para agradecer ao senhor a publicação de “O Livro dos Médiuns”, obra extraordinária que veio nos descerrar mais amplas – diria infinitas! – perspectivas à nossa vida mental, modificando completamente as nossas concepções, inclusive, e principalmente, no campo da Psiquiatria, no qual não passo de mero aprendiz.
O senhor, com a sua genialidade – perdoe-me, talvez, o excessivo entusiasmo –, e com a sábia assistência do Espírito da Verdade, deu cidadania à Mediunidade, que antes vivia escorraçada pelos homens, a exemplo do que ocorreu na Idade Média, quando, então, tantos sensitivos foram queimados nas fogueiras da ignorância humana!
E mais: abriu as portas dos hospícios e libertou, quiçá para sempre, os que eram rotulados de loucos e, assim, viviam marginalizados pela sociedade escrava das religiões dogmáticas e das limitações da própria Ciência, afeita ao materialismo.
Com a sua visão de profeta dos tempos modernos e a coragem de Davi que, com um simples estilingue, derrotou a Golias, o gigante filisteu, o senhor, meu caro Professor, fez cair o muro que, há milênios, separava as Duas Dimensões da Vida e tornou real o sonho de Jacó, que vislumbrara uma escada que promovia o encontro das almas dos homens com os anjos...
Após a edição deste seu livro – “O Livro dos Médiuns” –, o segundo de sua lavra na coleção do Pentateuco, o mundo nunca mais haverá de ser o mesmo – o senhor se antecipou à Metapsíquica e à Parapsicologia, descortinando o imenso universo das percepções extra-sensoriais, que, convenhamos, ainda há de nos estontear a todos com as suas possibilidades de intercâmbio com as Humanidades que habitam as outras Dimensões, e não apenas com a que se segue imediatamente à desencarnação.
Alguns adeptos de nossa Doutrina – permita-me, Professor, também considerá-la como sendo “minha” –, passados apenas pouco mais de século e meio de sua Codificação, têm falado sobre a necessidade de revisão nas luminosas páginas de “O Livro dos Médiuns”, alegando que o tempo das “mesas girantes” ficou para trás e que algumas de suas teorias, concernentes à Mediunidade, carecem de ser refundidas. De minha parte, no entanto, digo-lhe com toda sinceridade de meu espírito: bastaria que o senhor tivesse publicado os capítulos XIX e XXIII da referida obra, para justificar o seu esforço hercúleo e sem precedentes na história do Espiritualismo de todos os tempos!
Sim, porque no capítulo XIX, destacando o “Papel do Médium nas Comunicações Espíritas”, e no capítulo XXIII, estudando o tema “Da Obsessão” como nunca ninguém antes o fizera, assim como o joio se separa do trigo, o senhor ensejou que a mediunidade se destacasse da obsessão, e que os médiuns, tomando consciência de suas faculdades, se tornassem mais responsáveis.
Sei que estas minhas palavras e considerações são muito pobres, no entanto, trabalhando, dos Dois Lados da Vida, há vários lustros, com a mediunidade enferma, através daqueles que continuam me procurando os préstimos, desde os tempos do Sanatório Espírita, em Uberaba, cidade na qual igualmente o senhor teve a honra e alegria de viver em sua derradeira romagem na carne, digo-lhe que sem as suas orientações eu não saberia o que fazer para socorrer tanta gente atribulada...
Professor, por meu intermédio, o senhor curou muito mais gente do que eu próprio jamais poderia ter curado com o meu diploma de médico – e continua curando!
Por este motivo, e tantos outros, em nome de todos aqueles que o senhor libertou dos grilhões do preconceito, lhes devolvendo a dignidade de viver, receba a minha sincera gratidão.
Como diz certo amigo meu, um dia, o senhor há de ser reconhecido como o “Descobridor do Mundo Espiritual”, e, então, embora saiba que as dispense por completo, a Humanidade há de lhe erguer as estátuas que merece.
Até lá, meu caro mestre, consinta-me que, humildemente, eu me incline e lhe oscule as mãos generosas, rogando ao Senhor, do qual sempre foi um dos apóstolos mais lúcidos e fiéis, que continue a cobri-lo de bênçãos, pedindo-lhe ainda que não se esqueça de nós que engatinhamos na esteira de seus passos.
Com o meu carinho e reconhecimento, sempre seu admirador incondicional,
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 10 de maio de 2011.
(Fonte:Blog do Dr. Inácio Ferreira/indicado por Marcos Rogerio Naitzk)
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