A medalha é o ponto alto de uma carreira cheia de conquistas. Juliana e Larissa estão juntas há mais de sete anos e a parceria já rendeu seis títulos do Circuito Mundial e o Mundial do ano passado. Há quatro anos, em Pequim, elas já eram favoritas às medalhas quando Juliana, às vésperas da competição, machucou o joelho e teve de ser substituída por Ana Paula.
Sonho
O sonho da medalha foi adiado até Londres, e parecia próximo até o fim do segundo set contra as norte-americanas Kerry e Ross. Na última terça, Juliana e Larissa ganhavam a semifinal com certa folga quando sofreram um apagão e levaram a virada repentina.
Na saída, as duas deixaram claro que haviam sentido o revés inesperado. Um dia depois, no entanto, conseguiram superar o momento ruim e garantiram o bronze como consolo para o esperado ouro e evitaram que o vôlei de praia feminino do Brasil passasse a segunda edição dos Jogos Olímpicos em branco.
O esporte foi inserido no programa olímpico em 1996, quando teve até uma final brasileira. Em 2000 e 2004, as representantes do país não conseguiram o título, mas ao menos subiram ao pódio. Em Pequim, com Ana Paula e Larissa e Renata e Talita, o país passou em branco pela primeira vez.
Briga pelo Bonze
Na briga pelo bronze nesta quarta, as adversárias eram das mais difíceis. Zhang Xi e Xue foram medalhistas de bronze em 2008, quando competiam em casa. Nos últimos quatro anos, tornaram-se ainda mais fortes. Em 2011, elas ficaram na terceira colocação no campeonato que foi conquistado justamente pelas brasileiras.
Neste ano, elas chegaram às Olimpíadas depois de terem conquistado dois Grand Slams do Circuito Mundial, do qual são líderes. No último confronto com a dupla brasileira, no entanto, não levaram vantagem. Em Berlim, a menos de um mês para a chegada em Londres, as chinesas perderam por 2 sets a 0. Nesta quarta, o jogo foi mais duro, mas o resultado parecido.
Desde o início do jogo, comandaram as ações e abriram uma vantagem de cerca de cinco pontos. Juliana e Larissa, em um apagão da dupla, não conseguiam fazer o bloqueio funcionar, pareciam não se entender em quadra e não chegaram perto das rivais em nenhum momento do primeiro set, vencido pelas chinesas por 21 a 11.
Na parcial seguinte, elas se recuperaram. Com o apoio da torcida, passaram a melhorar no ataque e equilibraram o confronto. Até o 7 a 7, as duplas trocavam pontos em sequência, até que Larissa acertou uma boa sequência de saques e deu uma vantagem, mesmo que curta, à sua dupla.
As asiáticas, entretanto, reagiram, igualaram o placar e fizeram com que as brasileiras pedissem tempo. Na parada, Larissa pareceu ter perdido a paciência com a parceira, e reclamou muito da maneira que Juliana atacava. A conversa dura pareceu ter abalado ainda mais a dupla, que se perdeu em quadra e viu as rivais abrirem dois pontos de vantagem: 17 a 15.
Tudo ou Nada
A partir dali, era tudo ou nada para tentar a reação. Larissa foi para o saque, encaixou duas boas bolas na quadra rival e ainda contou com um bloqueio de Juliana para conseguirem a improvável virada: 21 a 19 que causou muita vibração das brasileiras.
O tie-break começou com a sorte do lado verde e amarelo. Logo no primeiro saque, as chinesas falharam. Na sequência, o saque de Juliana desviou na rede e dificultou a jogada das rivais. As brazucas abriram 2 a 0 e, com mais erros de Zhang Xi e Xue, fizeram 6 a 2 depois de uma defesa espetacular de Larissa, que ainda pontuou no contra-ataque.
Com a ampla vantagem, Juliana e Larissa se impuseram ainda mais em quadra, vibraram muito e deixaram as aparentes rusgas da semifinal de lado. Assim, venceram tranquilamente o set desempate por 15 a 12 e chegaram ao bronze. (Fonte:Gustavo Franceschini, em Londres (Inglaterra)/
UOL)
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