Xandão e Geleião se encontram.
- Aí mermão, se deu bem no carnaval, heim!
- Como?
- A mina. A peituda loira.
- Silicone.
- E a bundaça?
- Siloconada.
- E a cabeleira loira?
- Peruca.
- Mermão, que fria!
- Nem te conto, senta aí que eu preciso me desabafar despejar um caminhão de *erda em alguém, senão vou enlouquecer.
- Cê sabe, eu me amarro em encostar o umbigo no balcão, derrubando umas cervas e ouvindo um bom papo. Olha a ironia do destino, estava nessa mesma mesa, sossegado na minha, curtindo os festejos momísticos, quando a mina chegou; chegou chegando, devargarzinho foi sentando e logo estava se abrindo, se expondo toda.
- Eu já havia derrubado uma dúzia de cerva, não estava ouvindo direito, devido ao barulho infernal dos blocos de carnaval.
- Ela começou falando mansamente, que o pai a expulsou de casa, não a aceitara de volta, porque ela tinha fugido com um motorista de circo há 8 anos. Contou toda a desgraceira e finalizando, jogou todo um charme sensual pra cima de mim e afirmou que era virgem.
Oooooooooooooooooooooooquuuuuuuuuuuueeeeeeeeeee?
- Ela afirmou com todas as letras. Mas dê um desconto, o barulho dos blocos, não me deixava ouvir direito e a bebida já estava fazendo efeito, se me entende né?
- Deixei ela contar o drama todo. Daí dei o ultimato: - Minha tigresa vamos pros finalmente?
- Ela topou.
- Daí pra beijos, amassos foi um passo. Era mão aqui, mão ali, mão naquilo, aquilo na mão etc.
- A gerente do buteco, a Maria, veio até aqui e nos deu um esporro gritando e nos ameaçando com a vassoura na mão: - Aqui não é motel, seus sem vergonha !
- Me dei conta que tinha que pular fora com a mina, mas estava precisando ir ao banheiro.
- Minha rainha, me dê licença que eu já volto, vou fazer um xixinho basico e em seguida vamos prum local mais aconchegante, mais zem.
- Zem? Motel?
- Não, ia pras quebradas mesmo, qualquer canto escuro por aí e depois ia levá-la brincar carnaval.
- Como estava falando, levantei-me e fui ao banheiro.
- Cê sabe como é o corredor aqui da casa em época de carnaval, é longo e havia uns dois blocos carnavalescos por aqui.
- Demorei, mas entrei no banheiro e comecei a verter água. Nessas ocasiões eu me encontro com o Criador; é o momento em que, como criatura da Divindade presto contas ao chefe, do que estou fazendo aqui: somamos, dividimos, discutimos, discordamos, concordamos e enfim passamos a régua. Sabe, ele é meu camarada.
- Camarada?
- Sim mermão, mas acho que naquele dia, sábado de carnaval ele estava preocupado com seu bloco e se esqueceu de mim.
- Vertia água abundantemente, quando de repente tomei um choque: vi a mina do meu lado.
- E o pior da história, ela estava espiando o meu documento, tinha esticado o pescoço pra ver a ferramenta do macho aqui.
- Machucado?
- Deixei ela ver à vontade e quando me dei conta ela também estava vertendo água, em pé, do meu lado.
- Aí mermão, aí meu, caiu a ficha, fiquei esperto; estiquei o pescoço e olhei bem, ela virou-se pra mim, mostrou bem a coisa, na verdade escancarou e falou com aquela vozinha de fdp:
- O meu é maior que o seu.
- Sabe mermão tomei outro choque 220 wolts, muito forte. A eletricidade correu o meu corpo todo, as palavras soaram nos meus ouvidos e ficaram ecoando na minha cabeça a semana inteira, não consigo esquecer.
- E de fato, era maior?
- Um jumento mermão. Uma estrovenga imensa. Coisa horrorosa!
- Há quem goste, e ai, conta o resto.
- Peguei uma cadeira e saí correndo atrás do travecão que sumiu no meio dos blocos.
- Mermão, que fria!
- Põe fria nisso.
- Sabe, brother acho que foi a bebida.
- Só pode ser; a propósito, peça mais duas.
- Garçom. . .
José Wagner Sampaio é Advogado
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