com muito orgulho que descendo desta corajosa, de outrora Itatiba, província de São Paulo, Brasil.

“...Onde hoje é a 29
negros com Pito Aceso
iluminavam uma conversa
e a saudade do sinhô...”

Trecho da música Pito Aceso, da Escola de Samba Batuqueiros de Piracema.

Texto publicado no jornal “O Progresso de Itatiba”, de Narciso Azevedo:

“28 de Abril. O dia de depois de amanhã – 28 de Abril – assinala para esta terra uma vitória, um ato de inteira humildade, de patriotismo abnegado – pois, a 28 de Abril de 1.988, antes de Decreto Imperial que declarava extinta a escravidão do Brasil a 13 de maio, o povo de Itatiba em geral, em comunhão com os altos sentimentos de abolicionismo, pois detestava a ínfima sorte – essa a de conservar o homem escravo contra as leis da humanidade e do direito, apressou-se em mostrar ao Brasil – ao mundo inteiro -, a liberdade completa desse município, expurgando de seu seio o último escravo que gemia ao peso dos grilhões de tão infeliz, quão repugnante instituição. A 28 de Abril de 1.888, pois, Itatiba era livre!

28 ou 29 de Abril? O processo abolicionista (libertação dos escravos, na cidade, vinha de há muito tempo. No dia 28 de Abril (sábado), não existindo mais escravos na cidade, convocaram-se os poderes constituídos, as associações abolicionistas, os republicanos e a população em geral para que, no dia 29 de abril (domingo), fizessem um ato público oficializando o reconhecimento, ficando oficializado também a data de 29 de abril. O ato, inicialmente locado na Câmara Municipal de Itatiba, foi transferido para o Largo da Matriz, onde a proclamação teria maior publicidade. Nas duas atas lavradas para este fim, encontramos a data da realização: 29 de abril de 1.888.

Finalizamos com os versos de Amélio Braga, escritos na ocasião: “Está livre Itatiba para sempre. Acabou-se a escravidão”.

(Material pesquisado no Museu Histórico Municipal “Pe. Francisco de Paula Lima”, sito na Praça da Bandeira, Itatiba).(Fonte:Wagner Sampaio/Advogado)