Em Setembro, o site promete lançar sua versão brasileira.
O slogan do site, “A vida é curta. Tenha um caso”, não deixa dúvidas quanto suas intenções. “Queremos oferecer um ambiente para quem for casado poder encontrar parceiros na mesma situação e ser aberto e honesto sobre o que está procurando”, disse o empresário canadense Noel Biderman, fundador do Ashley Madison, em entrevista à revista Época. (Abril, 2011, 672, 104/5).
Criado em 2002 em Toronto, no Canadá, o Ashley Madison
tornou-se uma espécie de Meca digital do adultério. Hoje, segundo Biderman, está presente em dez países, sem contar a Espanha, onde deverá ser lançado em Maio. De acordo com ele, há 8,7 milhões de usuários em todo o mundo, 6,8 milhões só nos Estados Unidos.”
Bem, pra nós isso não é novidade, na medida em que a “cafetinagem” chegou por aqui com Cabral.
Aliás, o site me parece ser muito moderno, impessoal com objeto e objetivo bem nítidos, mas deixa a desejar, na medida em conhecemos durante nossa vida, grandes pessoas que exerceram dignamente a profissão de Cafetina.
Essas sim, superam em muito o objetivo desse site. Nosso folclore está cheio de histórias de grandes heroínas que dignificaram essa vida mundana.
Entre nós, a figura da Cafetina é de uma “Tiazona”, pessoa no início da velhice, muito legal, bem humorada, paciente e sempre pronta pra resolver os problemas dos fregueses, desde a nos ofertar um café com pão e manteiga até situações mais embaraçosas.
Num ambiente em que impera a frieza das relações humanas, sexo, dinheiro, vivendo um isolamento social à margem da sociedade, que tem um pré-conceito e pré-julgamento, com toda essa carga contrária, as cafetinas nos trazem uma lembrança carinhosa e bem humorada.
Certa feita, um grande amigo, que havia brigado com a esposa, foi a zona para desabafar e beber todas. E o fez, bebendo a noite toda. Em momento algum foi abandonado pela “cafifa da casa”, que o agüentou até os primeiros raios do sol, ouvindo-o, acalmando-o, aconselhando-o e, no raiar do dia, providenciou para que um taxista o trouxesse de volta, e que outro trouxesse seu carro.
Logicamente que, passado a carraspana, ele voltou para agradecer muito e efetuar os pagamentos.
Outra lembrança inesquecível é de um aniversário de uma cafetina – sim, aniversário -, o que demonstra que elas têm um círculo de amigos. E, a festinha, com direito a bolo, parabéns a você, espetinho de churrasco, chopp, conjuntinho com músicas da época e a presença de um Senador da República.
Todas essas experiências que cada um traz consigo demonstram que a Cafetina goza em nossos corações de um amor eterno, insubstituível, porque ela transcende em muito o objetivo a que se propõe. É uma pessoa com um coração pulsando, com virtudes e defeitos, mas um ser humano, não um site.
José Wagner Sampaio.
Advogado
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