Quando se esperava em Brasília que o recesso natalino desse uma trégua na avalanche de más notícias que nos últimos meses, com frequência quase religiosa, vem assombrando o mundo político, a partir da Operação Lava-Jato e investigações de outros malfeitos com a coisa pública, eis que outro torpedo, também de alto poder de destruição, cai sobre essas cabeças.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (conhecido pela sigla DOJ), no bojo da assinatura do acordo de leniência da Odebrecht e da Brasken com os governos brasileiro, americano e suíço, divulgou algumas informações sobre o que seus investigadores levantaram das peripécias das duas empresas no Brasil e no Exterior. É o desdobramento lá fora da Operação Lava-Jato. Os EUA investigam porque empresas brasileiras envolvidas, como a Petrobras, estão na bolsa de lá.
Os números – podem estar incompletos, tanto que as investigações americanas prosseguem – são estarrecedores, mesmo para quem acompanha no Brasil as revelações agora da Operação Lava-Jato e de outros casos antigos como o do mensalão. Em onze países da América Latina e da África, mais o Brasil, a Odebrecht e a Brasken gastaram US$ 1 bilhão (R$ 3,3 bilhões), dos quais US$ 599 mi (R$ 1,9 bi) internamente, em pagamento de propinas em cerca de 100 obras. O esquema funcionou de 2001 a 2014.
Sem que seus nomes estejam explicitados no relatório, aparecem apenas como números e indicações genéricas de cargos e funções, há referências a 14 brasileiros, entre eles dois ex-ministros, três parlamentares e dois altos funcionários do Executivo, como destinatários do dinheiro irregular.
“O maior caso de pagamento de suborno da história” – definiu o Departamento de Justiça americano. (Fonte: José Marcio Mendonça/InfoMoney)
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