Fonte: Divulgação [-] [+]
Para isso, resolveram investir em políticas voltadas para as bicicletas como meio de transporte e não apenas como forma de lazer.
Amsterdã – A “cultura da bicicleta faz parte do nosso cotidiano”, afirma a supervisora de estratégias sustentáveis de Amsterdã, Eveline Jonkhoff. Essa frase justifica o grande desenvolvimento logístico feito em torno da bicicleta na cidade de Amsterdã, capital da Holanda.
Atualmente existem 550 mil bicicletas na cidade e 90% das ruas têm uma separação nas vias dedicada a esse veículo, o que aqui conhecemos como ciclofaixa. A política municipal abrange a bicicleta desde a década de 1970 e por isso hoje “a gente tem congestionamento de bicicletas e não de carros”, conta Eveline.
Em uma cidade com tantas bicicletas, um problema enfrentado foi onde estacionar esses meios de transporte. A supervisora explica que a saída foi a construção de estacionamentos subterrâneos e alguns “pequenos prédios, de até três andares.”
O sistema cicloviário possui conexão com os meios de transporte públicos e os semáforos apresentam uma contagem regressiva para que os ciclistas saibam exatamente quanto tempo ainda têm para cruzar uma rua.
Eveline explica que a maior preocupação na cidade é com a segurança dos ciclistas e por isso “é preciso separar pedestres, carros e bicicletas”, rebate quando questionada sobre a possibilidade de se colocar as bicicletas em vias compartilhadas com carros ou ônibus. Além disso, campanhas educacionais são feitas tendo como foco os motoristas e os ciclistas.
A campanha “ligue as luzes, torne-se visível” foi feita para conscientizar as pessoas que andam de bicicleta que por meio das luzes sinalizadoras elas serão vistas por automóveis. A supervisora conta que “estão sendo desenvolvidas rotas escolares” na cidade e para prevenir acidentes campanhas educacionais sobre o tráfego da cidade são feitas nas escolas.
Buenos Aires começa a usar a bicicleta – A cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, tem 2,9 milhões de habitantes, 1,2 milhão de carros e iniciou há dois anos o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte. O importante é “frear a política de automóveis, tanto públicos como privados”, afirma Daniel Chain, ministro do Desenvolvimento Urbano da cidade.
Atualmente existem 12 estações de bicicletas a rede de ciclovias de Buenos Aires tem 65 quilômetros, mas o ministro contou que até o fim do ano a expectativa é de que esse número aumente para 100 km. O projeto apresenta as ciclovias em ruas menos movimentadas e não em grandes avenidas, por questão de segurança.
Além disso, as ciclovias são separadas fisicamente dos carros. “Os automóveis a princípio repudiam a ideia de dividir o espaço com as bicicletas. Depois a população vai tendo consciência da importância de uma convivência pacífica e não da imposição do automóvel”, justifica Chain.
O ministro ressaltou que um dos motivos mais importantes de 76% da população aprovar a iniciativa de ter a bicicleta como forma de transporte é o apoio do setor privado. “As empresas criaram vagas nos estacionamentos para os funcionários deixarem as bicicletas” e isso incentiva a população a deixar o carro em casa.
Em Paris ciclistas dividem espaço com ônibus – Durante dez anos de política para incentivar a melhoria do tráfego na cidade de Paris, capital França, mais de 700 quilômetros de pistas para bicicletas foram criados. A prefeita Anne Hidalgo contou que no início, as ciclovias eram segregadas dos veículos porque “não teria como a bicicleta tomar o poder” que foi dado aos carros durante décadas.
Vinte mil bicicletas foram disponibilizadas para aluguel logo no início do projeto e a aceitação da população foi boa, segundo Anne. “Tinha gente que mal se equilibrava e usava a bicicleta”. Depois que as pessoas entenderam a importância desse meio de transporte, o sistema cicloviário pode ser ampliado.
A prefeita explicou que algumas faixas de ônibus da cidade foram ampliadas para que o compartilhamento com as bicicletas fosse possível. “Agora as faixas têm 4,20 metros de largura então o ciclista pode usá-la sem que haja problema de segurança.” (Fonte: Fernanda Simas/ Portal iG)
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