A Chevrolet anunciou recentemente a redução do preço de metade dos seus modelos. A maior queda foi do Tracker 1.8 LTZ que custava R$ 90.990 e agora está sendo vendido a R$ 82.590, uma redução de R$ 7.500. Líder de venda da marca, o Onix também teve seu preço reduzido de R$ 40.590 para R$ 37.790.
Entretanto, essa redução ainda não pode ser considerada uma tendência como explica o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Antonio Jorge Martins, especializado em gestão de empresas do setor automotivo. “Alguns preços podem reduzir porque os carros estão saindo de linha ou por causa de uma campanha pontual para reduzir os estoques. Mas não dá para afirmar que todas as montadoras irão agir na mesma direção”.
Um dos fatores que explicam essa resistência em baixar os preços é a alta margem de lucro das montadoras, em média 10%, acima do padrão mundial de 5%. Segundo o professor, o principal motivo disso é que o setor automotivo no Brasil é um mercado oligopolizado. “O empresário quer aumentar sua margem de lucro e quanto mais ele aumentar o preço, mais ele ganha”.
Apesar de o mercado ainda não sinalizar mudança nos preços, o professor não descarta essa possibilidade. “Há algum tempo havia apenas quatro grandes montadoras no Brasil. A concorrência tem aumentado e deve se acirrar ainda mais com aumento do número de empresas e em consequência da crise, o que deve gerar uma queda nos preços”, avalia Martins.
O setor automotivo tem sofrido duros golpes em 2015, em decorrência do fraco desempenho da economia, e da queda de renda do brasileiro. O mercado de automóveis segue em queda livre, a venda de veículos caiu 32,5% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 200.095 unidades, contra 296.286 em setembro de 2014.
Em relação a agosto, a queda foi de 3,5%, já no acumulado do ano os licenciamentos reduziram 22,7% de acordo com balanço da Federação Nacional de Distribuição de Veículos (Fenabrave). Nos nove primeiros meses deste ano, foram vendidos 1.953.921 carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, contra 2.526.328, no mesmo período do ano passado.
Esse fraco desempenho tem afetado também os funcionários da indústria automobilística, que já registrou 10.200 demissões em 2015, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). (Fonte: Rodolfo Mondoni/InfoMoney)
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