O fato aconteceu durante o pronunciamento que fez na tribuna do Senado para se defender das acusações de que um grupo ligado a ele teria recebido R$ 26 milhões em propina do esquema de corrupção da Petrobras.
No momento em que explicava que a apreensão de três carros de luxo em sua casa em julho fazia parte do que chamou de "espetáculo midiático" e que os carros foram comprados com dinheiro lícito, Collor sussurrou o xingamento.
"As empresas têm contrato social, estão devidamente registradas na junta comercial, tem suas atividades de acordo com o que define a legislação. Se existem parcelas em atraso é uma questão comercial que diz respeito a mim e ao credor, não podendo em tempo algum, sob o risco de uma grave penalização judicial a quem afirma, que tal atrasos se devem a recursos escusos. Afirmações caluniosas e infames. Filho da puta", disse.
Os investigadores justificam que os carros podem ser produto de crime. Além disso, os automóveis estão em nome de empresas, portanto, ele não teria a legitimidade direta para requerer a devolução. Uma das empresas, a Água Branca, tem Collor como sócio.
Durante o discurso, Collor acusou o Janot, que concorre à reeleição ao cargo, de usar o vazamento seletivo de informações sigilosas da investigação como parte de uma "estratégia ardilosa" para permanecer no posto.
"Querem me trazer como personagem, embora involuntário de minha parte, de uma campanha eleitoral que está se desenrolando e será concluída hoje", disse.
Janot foi o mais votado nesta quarta-feira (5) pelos procuradores para permanecer no cargo por mais dois anos.
A eleição representou uma demonstração de força de Janot, que tem sido criticado e alvo de promessas de retaliações de congressistas diante dos desdobramentos das investigações de políticos no esquema de corrupção da Petrobras.
Janot recebeu 799 votos, 288 votos a mais do que em sua votação na eleição organizada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) em 2013 e que lhe garantiu sua indicação à Presidência para o posto.
A lista será encaminhada nos próximos dias à presidente Dilma Rousseff, que deve indicar ao Congresso quem assumirá o cargo. Ela não é obrigada a escolher os nomes sugeridos pela associação, mas esta é a tradição desde o governo Lula. A expectativa é de que Dilma opte pela recondução de Janot.
O nome escolhido por Dilma terá ainda que passar por uma sabatina e votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e, se aprovada, segue para análise do plenário da Casa. Dos 27 titulares da comissão, oito são investigados por suposta participação no esquema de corrupção da Petrobras.
Se o indicado receber aval da CCJ, ele terá que passar por nova votação secreta no plenário, precisando pelo menos de 41 votos. (Fonte: Folha SP/UOL)
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