O estudo se baseia em um grupo de mais de 300 pacientes com câncer metastático, ou seja, os que têm tumores disseminados para outros órgãos a partir do lugar de aparição original.
Cerca da metade dos pacientes receberam quimioterapia, que consiste usar potentes produtos químicos no corpo para destruir as células cancerígenas e reduzir os tumores. Os efeitos colaterais incluem fraqueza, náuseas, fatiga e queda de cabelo.
A maioria dos pacientes era de homens por volta dos 60 anos. Tinham apenas quatro meses de perspectiva de vida. O objetivo do estudo era examinar como a quimioterapia afeta a qualidade de vida quando os pacientes se encontram perto do final de sua vida, particularmente em relação a sua capacidade de locomoção, realização de atividades e necessidades básicas.
Baseados nas avaliações das pessoas encarregadas de cuidar dos pacientes, que refletiram sobre o sofrimento físico e psíquico em sua última semana de vida, os pesquisadores notaram que a químio não melhorou a qualidade de vida dos pacientes que já tinham uma mobilidade limitada.
E os que ainda eram capazes de realizar funções básicas, a quimioterapia fez com que piorasse sua qualidade de vida.
“A quimioterapia não apenas não beneficiou os pacientes com suas capacidades diminuídas, como também pareceu mais prejudicial para os pacientes com bom estado funcional”, afirma o estudo dirigido por Holly Prigerson, do Weill Cornell Medical College e do Hospital Presbiteriano de Nova York.
O estudo sugere que “as diretrizes do uso da quimioterapia em pacientes com câncer terminal devem ser revistas para reconhecer os danos potenciais do uso da quimioterapia em pacientes com doença metastática progressiva”.
Em um editorial que acompanha o trabalho, os doutores Carlos Blanke e Erik Fromme, da Oregon Health and Science University, argumentam que a mudança de pautas para o uso da quimioterapia em todos os casos não é a solução correta.
Mas incentivam que os médicos devem desaconselhar a utilização da quimioterapia para os pacientes com câncer avançado em seus últimos meses de vida.
“Equiparar o tratamento com esperança é inadequado. Inclusive, quando os oncologista comunicam com clareza o diagnóstico e são honestos sobre as limitações do tratamento, muitos pacientes sentem uma enorme pressão para continuar com esse tratamento”, destaca o editorial. (Fonte: G1)
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