Em 12 meses (desde fevereiro de 2014), o aumento dos preços chegou a 7,14% e estourou o limite da meta definida pelo governo.
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que calcula o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos --ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
Se a inflação passar desse teto, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tem que fazer uma carta aberta explicando o motivo do descumprimento da meta.
Conta de luz e passagem de ônibus e metrô puxam alta
Os gastos com habitação, alimentação e transporte foram os maiores responsáveis pela alta dos preços.
Em habitação, o aumento foi de 2,42%, puxado principalmente pela alta de 8,27% no preço da energia elétrica.
As regiões metropolitanas de Porto Alegre, São Paulo, Goiânia, Belo Horizonte, Belém, Curitiba, Brasília, Campo Grande, Vitória, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza tiveram aumento na conta de luz. Dentre todas as regiões pesquisadas, só teve redução na conta a de Salvador (BA).
O reajuste da passagem de ônibus e metrô em diversas cidades no início do ano também teve impacto significativo na inflação.
Em janeiro, os gastos com transporte subiram 1,83%, sendo os maiores aumentos registrados no metrô (9,23%), no trem (8,95%) e no ônibus urbano (8,02%).
O grupo de alimentos e bebidas, outro muito afetado pelo aumento de preços, teve inflação de 1,48% no mês, com destaque para a batata-inglesa (38,09%), o feijão-carioca (17,95%) e o tomate (12,35%).
Inflação acumulada de 27% no primeiro governo Dilma
Em 2014, a inflação fechou em 6,41%, dentro do limite da meta, puxada principalmente pelos preços de alimentos e moradia.
A última vez em que houve estouro da meta foi em 2003, primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a inflação encerrou a 9,3%.
Em 2011, ano em que Dilma assumiu o governo, o índice ficou exatamente no limite máximo do objetivo.
No primeiro mandato da presidente Dilma, a inflação brasileira somou 27,03%, com alta anual média de 6,17% ao ano.
Inflação e juros
O governo tem sido criticado por deixar a inflação girar acima do centro da meta por mais de quatro anos. A nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, começou anunciando medidas de aperto fiscal.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, subiu a taxa básica de juros (Selic) de 11,75% para 12,25% ao ano.
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo. (Fonte: Reuters/UOL)
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