Para quem estava se preparando para a disparada do dólar, parece que o mercado dará mais um tempo de alívio para os investidores. Apesar das projeções do câmbio em R$ 3,00 para o final deste ano, a moeda hoje renovou sua mínima desde 11 de novembro, atingindo os R$ 2,5554 na compra e R$ 2,5563 na venda, chegando a cair quase 2%. Porém, durante a tarde a moeda recuperou um pouco das perdas, fechando com queda de 1,23%, a R$ 2,5730 na compra e R$ 2,5745 na venda.
Isso ocorre após o anúncio do programa de estímulos, nos moldes do QE americano, na zona do Euro. O presidente do BCE, Mario Draghi, anunciou que a autoridade monetária planeja comprar 60 bilhões de euros por mês em títulos a partir de março e pelo menos até o fim de setembro de 2016.
O movimento se repetiu com outras moedas pelo mundo, com o euro renovando sua mínima em 11 anos ante o dólar, a US$ 1,15. A queda da moeda norte-americana também registrava perdas ante o iene, o franco suíço, o peso mexicano e o rand sul-africano. Para ver mais cotações clique aqui. Em relação ao real, o euro registrou perdas de 4,84%, passando de um nível de R$ 3,00 na abertura, para os R$ 2,93.
"É algo positivo (estímulo do BCE) para os mercados da América Latina, mas já estava precificado. Não foi muito diferente do que era esperado", disse o economista da Cast Pedro Tuesta. Investidores já vinham se antecipando a essa decisão e reduzido as cotações do dólar nos últimos dias, uma vez que parte desses recursos tenderia a migrar para mercados emergentes, como o brasileiro, em busca de maiores ganhos financeiros.
Após o anúncio, o dólar passou a recuar em relação a moedas como os pesos chileno e mexicano e disparou contra o euro. No Brasil, o alívio era mais intenso já que investidores aproveitavam o bom humor para testar patamares mais baixos, movimento que já vinha desde a abertura.
"As condições favoráveis lá fora permitem que o mercado faça mais uma tentativa de furar de vez a barreira dos R$ 2,60", disse pela manhã o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
O apetite por ativos brasileiros já vinha elevado nas últimas semanas devido às medidas de maior rigor fiscal no país. Mas o dólar vinha enfrentando dificuldades para se firmar abaixo de R$ 2,60, patamar que têm atraído compradores, diante do quadro de inflação elevada e crescimento baixo no país.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às atuações diárias, vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 800 contratos para 1º de setembro e 1.200 para 1º de dezembro, com volume correspondente a US$ 98,4 milhões.
O BC fez ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de fevereiro, que equivalem a US$ 10,405 bilhões, vendendo a oferta total de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 71% do lote total.
Na noite passada, a autoridade monetária elevou a Selic em 0,50 ponto percentual, a 12,25%, sinalizando mais uma alta no curto prazo, mas sem indicar a magnitude. (Fonte: Reuters/Rodrigo Tolotti Umpieres/InfoMoney)
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