A ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca rebateu, em entrevista exclusiva ao Fantástico, exibida na noite desde domingo (21), a denúncia de que teria beneficiado o ex-marido com um contrato feito na empresa.
Segundo ela, os contratos do ex-marido com a estatal eram de 2004 e de 2006, e que a condição que apresentou para assumir o relacionamento, em 2007, foi que o contrato fosse descontinuado.
"Foi anterior ao casamento e, no momento que a gente assumiu a relação, a condição foi: vamos interromper porque tem condições de ética dentro da Petrobras e minha que eu não posso continuar. E isso foi com parecer jurídico", disse.
Veja a íntegra da entrevista e leia a transcrição em "Ex-gerente diz que alertou Graça Foster sobre desvios"
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"Agora, só quero deixar bem claro que a empresa é muito competente, não fui só eu que fiz, a atual presidente quando trabalhava na diretoria de TVG também assinou contrato com ele. Depois, em 2008, também assinou contrato com a empresa para fazer integração dos modelos de gestao das termoelétricas. Ela fez isso com base nas características técnicas da empresa da mesma forma que eu fiz antes de casar. E depois de casar, interrompemos o contrato", acrescentou
Ela também negou ter participado de qualquer esquema com Paulo Roberto Costa. "Se eu tivesse participado de algum esquema, eu não estaria aqui hoje. Eu não teria feito a denúncia, não teria ido ao MP, entregue o meu computador com todos os documentos que eu tenho desde 2002", disse.
Na entrevista, Venina disse ter alertado pessoalmente a Graça Foster sobre corrupção. A ex-gerente disse que muitos funcionários da empresa têm conhecimento das irregularidades. E convocou todos eles a também denunciarem.
Entenda as denúncias de Venina
Há nove dias, uma reportagem do jornal "Valor Econômico" mostrou que a ex-gerente alertou diversas vezes sobre a ocorrência de irregularidades em contratos da Petrobras antes mesmo de a Polícia Federal (PF) deflagrar em março a Operação Lava Jato. Antiga subordinada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, ela foi transferida para a Ásia após denunciar o esquema de corrupção e, posteriormente, foi afastada.
O jornal relatou que, apesar das advertências, a direção da empresa não agiu para conter os desvios bilionários e ainda destituiu de seus cargos os executivos que tentaram barrar o esquema de corrupção.
A Petrobras afirmou, na terça-feira (16), que a ex-gerente só enviou em novembro deste ano, à presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e-mail alertando sobre irregularidades na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e nas áreas de Comunicação do Abastecimento e à área de comercialização de combustível de navio (bunker).
"Os temas supracitados foram apenas levados ao conhecimento da Presidente através de email recente, de 20/11/2014, quando a empregada já havia sido destituída de sua função gerencial. Nesta data, as irregularidades na Comunicação do Abastecimento e na RNEST já haviam sido objeto de averiguação em Comissões Internas de Apuração, bem como as irregularidades da área de comercialização de combustível de navio (bunker) em Grupos de Trabalho", diz a Petrobras em nota.
Ainda segundo a estatal, Graça Foster respondeu a Venina no dia seguinte, "informando que estava encaminhando o assunto ao Diretor José Carlos Cosenza e ao Jurídico da Petrobras para averiguação e adoção das medidas cabíveis". (Fonte G1)
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