Sarney, que é aliado do PT e apoiou formalmente a reeleição da presidente Dilma Rousseff, negou que tenha votado no tucano. Segundo a assessoria de imprensa do senador, o vídeo é falso e faz parte do "jogo sujo" que marcou a disputa eleitoral nas redes sociais.
O senador lembrou que o Maranhão, governado por sua filha, Roseana, foi o Estado onde Dilma teve o maior porcentual de votos no 2.º turno, 78% ante 21% do tucano.
O vídeo que "viralizou" nas redes sociais é uma ampliação da reportagem exibida domingo pela TV Amapá, retransmissora da TV Globo no Estado. Nele, aparecem apenas a mão, a urna eletrônica, o local da votação e um paletó bege com adesivos de Dilma e do candidato do PDT ao governo do Amapá, Waldez Góes, eleito com apoio de Sarney.
Não é possível enxergar o rosto de quem está votando. A imagem mostra que o eleitor chegou a encostar o dedo na tecla de número "1", titubeou e acabou digitando 45 e confirmou. Os rostos de Aécio e seu vice, Aloysio Nunes Ferreira, aparecem na tela da urna eletrônica.
Semelhanças
Embora Sarney negue a autenticidade do vídeo, uma comparação com a cena original feita pela TV Amapá, mais aberta, na qual aparece o rosto do senador, mostra várias semelhanças. O terno e os adesivos são iguais aos de Sarney. A posição dos dedos e o ritmo da digitação também são idênticos nos dois vídeos, assim como a disposição dos móveis no local de votação.
Na segunda-feira (27), Dilma chegou a telefonar para agradecer aos Sarneys o apoio na disputa eleitoral. Apesar da aliança em nível federal, setores do PT ficaram contra o candidato apoiado pelo senador ao governo do Maranhão, Edison Lobão Filho (PMDB), e, no Amapá, a sigla se aliou a Camilo Capiberibe (PSB), adversário de Waldez Góes.
Além disso, Sarney tem amizade pessoal com Aécio. O maranhense foi vice de Tancredo Neves, avô do tucano, e assumiu a Presidência da República no lugar dele, em 1985. Em passagem por São Luís, no início da disputa eleitoral, Aécio fez questão de salientar que, embora apoiasse Flávio Dino (PC do B) para o governo do Maranhão, não endossaria as críticas aos Sarneys, em nome da relação pessoal.
Além de negar a autenticidade do vídeo, a assessoria de Sarney disse que o senador, por enquanto, não pensa em tomar providências legais em função da divulgação das imagens. Violar o sigilo do voto é crime punível com até dois anos de detenção, segundo o Código Eleitoral. A TV Amapá não comentou o uso das imagens. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Confira o vídeo clicando na palavra "Vídeo" logo acima.
(Fonte: Exame/ Ricardo Galhardo, do Estadão - conteúdo)
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