A presidente da Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo (Sabesp), Dilma Pena, disse nesta quarta-feira (15) que, se a chuva continuar escassa, a primeira cota do volume morto acabada em “meados de novembro”. Ela foi à Câmara Municipal da cidade de São Paulo, onde foi interrogada pelos vereadores sobre a falta d'água.
“Nós temos uma disponibilidade suficiente para atender a população nesse regime de chuvas até meados de novembro", disse a presidente da Sabesp. "Nós temos uma obra em fase de finalização para disponibilizar para o Sistema Cantareira mais 106 milhões de metros cúbicos por segundo”, disse Dilma sobre o reservatório atual.
A Sabesp espera obter autorização para usar a segunda cota do volume morto, caso seja necessário. Entretanto, uma liminar na Justiça impede a captação. Para obter a licença, a companhia elaborou relatório que admite, pela primeira vez, possível aumento "de ocorrências de falta d'água" a partir de abril caso as chuvas sejam escassas como em 1953.
Após os vereadores pedirem que Dilma respondesse às perguntas de forma objetiva e deixasse a linguagem técnica para seus funcionários, ela argumentou: “é um assunto complexo, não depende se vai chover, se não vai chover. Me desculpem, mas os senhores têm que ter um pouco de paciência para me ouvir”, disse após pergunta do vereador Roberto Tripoli (PV).
Questionada se divide a responsabilidade dos problemas atuais de falta d’água com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), Dilma afirmou que sim. “Este problema é um problema que eu divido com a diretoria colegiada da Sabesp, com os nossos superintendentes, que estão trabalhando 12 a 18 horas por dia ininterruptas, com o governo de administração e com o governo do estado de São Paulo. E estamos dividindo também com a sociedade paulista”.
O promotor José Eduardo Ismael Lutti disse que a empresa não tem planejamento contra a falta d’água e conta com a possibilidade de chuva. “Fica claro que a companhia não planeja para a segurança hídrica qualquer tipo de cenário, acreditando que as chuvas virão normalmente.”
Racionamento
A presidente da Sabesp rebateu críticas dos vereadores e disse que não há restrições do uso da palavra racionamento. “Nós não temos nada contra a palavra racionamento. Nós temos simulações de melhor utilização da água disponível”, respondeu.
Segundo Dilma, a água teria acabado em meados de agosto caso a Sabesp tivesse implantado o racionamento com um dia sem água e dois com água. Ela voltou a defender que a crise hídrica foi originada devido aos problemas climáticos.
“Estamos na primavera que apresenta médias de chuva acima de 100 milímetros e não aconteceu nem em setembro e nem em outubro”, disse. Dilma ressaltou também que as temperaturas estão, em média, 4 graus acima da média. (Fonte: G1/Tatiana Santiago)
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Represa Jaguari-Jacareí, onde o índice que mede o volume de água armazenado no Sistema Cantareira é de apenas 5,1% da capacidade total (Foto: Luis Moura/Estadão Conteúdo)
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