O Grupo de Atividades Integradas, ação realizada pela Prefeitura de Itatiba na unidade de PSF (Programa de Saúde da Família) do NR 'Afonso Zupardo' é um dos seis projetos que será destaque no 11º Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, que acontecerá em Brasília de 23 a 26 de junho. O projeto é coordenado pelo NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) da Secretaria de Saúde
Baseado em estudos que demonstram os benefícios da prática regular de exercícios físicos, como menor risco de sofrer acidentes vasculares cerebrais, ação calmante, aumento do prazer e redução de dores e com o objetivo de diminuir os agravos decorrentes do processo de envelhecimento, a equipe do NASF reuniu um grupo de mulheres entre 50 e 80 anos, em sua maioria hipertensas, e criou no PSF do Zupardo o Grupo de Atividades Integradas. "Este grupo surgiu da necessidade de elaborar terapias que melhorassem a qualidade de vida da comunidade. O Grupo do Zupardo é especial, pois conseguimos trabalhar de uma forma integrada, com a participação de todos os profissionais. É um modelo que pretendemos implantar em todos os PSFs da cidade”, conta a educadora física do NASF, Diane Ciaparin.
Integração e avaliação
As atividades integradas tiveram início com a avaliação do grupo. Um educador físico checou o condicionamento físico e um terapeuta ocupacional mensurou o grau de independência e as limitações no dia-a-dia, decorrentes de alguma patologia, de cada participante. Com base nesses resultados, as atividades propostas tiveram ênfase nos exercícios de reeducação postural, mobilidade articular, flexibilidade, fortalecimento muscular, coordenação motora e atividades cognitivas, que são realizadas semanalmente com acompanhamento e monitoração. “A primeira coisa que podemos perceber é o aumento da auto-estima. Elas ficam mais relaxadas, contentes e ativas”, explica Diane.
De acordo com a educadora física, as pacientes costumam ter muitas queixas no início, que diminuindo com o passar de algumas aulas. “Com o exercício físico, a reeducação alimentar e as orientações nas outras áreas, eles acabam tomando menos remédios que antes”. Os resultados mostram uma melhora significativa na atenção, memória, agilidade motora, consciência e aspectos fisiológicos, principalmente na questão do controle da pressão arterial, que passa a ser estabilizada após o exercício contínuo. Augustinha Sanches Fae, 75 anos, participa desde que o grupo começou e manda um recado para os idosos: “Não fiquem em casa dormindo, façam ginástica, caminhada. A gente se sente muito melhor”, comemora.
Resultado
É significativa também a melhora do humor, relatado pelas próprias pacientes, pois aquelas que se exercitaram continuamente, no período de seis meses, apresentaram resultados melhores em testes cognitivos e relacionados aos aspectos emocionais. “A coisa que mais demora é a diminuição do peso corporal. Isso será a última coisa, até por que não é o nosso objetivo. Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida delas e fazer com que sejam pessoas ativas, que não fiquem dependentes, isoladas em casa. Queremos que eles saiam, queiram estar com outras pessoas, que sociabilizem”, explica Diane.
Os resultados da participação no programa de condicionamento integrado e sistematizado podem ser vistos como uma alternativa não medicamentosa para a melhora dos aspectos físicos e cognitivos em idosos. Iracema Turubia Chiaratto, 78 anos, conta: “Participo do grupo há cerca de um ano. A gente fica mais ativa, se sente melhor. O corpo fica mais relaxado”, afirma.
Os efeitos prolongam-se após o término dos exercícios, gerando bem estar e mais qualidade de vida. “Conseguimos melhorar a qualidade de vida do grupo de maneira global. Como temos todas as especialidades envolvidas, acaba sendo um trabalho de curto prazo, com uma melhora rápida, mais adequada e diferenciada”, disse Diane.
O objetivo é levar o mesmo modelo para outros PSFs. “Alguns já estão quase no mesmo nível, mas cada bairro tem uma cara, uma necessidade”, finaliza a educadora física.
(Fonte: ACPMI)
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