...Achou estranho, procurou com os olhos e narinas, sem se levantar, de onde estaria vindo tal odor. Não demorou muito e encontrou um par de meia sujo do maridão, em cima da cama, próximo da cabeceira.
- Não tem jeito mesmo, é muito relaxado, resmungou Dal. Deixa roupa suja por toda a casa!
Dal foi até o banheiro, encontrando-o todo molhado, a tampa da privada molhada, a toalha no chão, além de roupa suja por todo o banheiro, um par de chinelo em cima da pia junto com um iogurte pela metade e uma colher.
Val se sentiu mal em ver tanta sujeira.
O maridão era muito desleixado, além do que, o seu casamento estava em crise, estava acabando...
Após tomar um café magro, Dal ligou a Tv. e de soslaio viu no horário politico, um candidato, muito parecido com um vampiro, falar em um tal de “genérico”, que era bom, era a solução que todos esperavam, queriam...
Val embora não soubesse do se tratava, se interessou pelo tal de genérico, mesmo porque, esperava encontrar alguém que substituísse o maridão, que já não comparecia, não batia o ponto há algumas semanas.
Val pensava no genérico como uma pessoa, um possível “amante latino”.
A partir de então, começou a fazer uma balanço da sua vida, e se convencer de que deveria tomar outro rumo na sua vida.
Além de relaxado, o maridão Arlindo Orlando, vulgo Lilan, possuía outros defeitos: era desatento, certa feita durante o ato, chamou a mulher por outro nome, alias, o nome era de uma conhecida prostituta local; outras vezes ao chamar a mulher, o fazia pelo nome da vizinha, a gotosíssima Maitê, uma mulata de 1,90; permanecia longo tempo no banheiro lendo jornal, e ao sair fazia propaganda de sua cria; deixava a esposa em casa para ir ao bar, beber e jogar sinuca com os amigos, ou ao futebol e churrasco, retornando sempre bêbado; e quando estava em casa tomava conta da tv, não dando oportunidade a mais ninguém; fumava na cama, derrubava cinzas pelo quarto todo.
Não dava mais, era o fim!
Quando se casara o maridão era uma pessoa, hoje é outra completamente diferente; hoje se transformara num porco.
Se convenceu de que deveria arrumar um amante, um genérico, urgentemente.
Tomou um longo banho, se perfumou, vestiu um conjunto e calcinha preta, com lingerie da mesma cor.
Olhou no espelho e se aprovou; o corpo moreno na roupa transparente negra lhe caia muito bem. A cinturinha de pilão, o imenso quadril, as pernas perfeitas, os peitinhos parecendo pequenos moranguinhos.
Estava uma gata!
Permaneceu deitada no sofá pensando no seu genérico; quase adormeceu; de repente a campainha tocou.
Sem perceber como estava vestida, foi atender a porta.
O rapagão do gás quase caiu da pose com o que via, não perdeu oportunidade, olhou demoradamente de cima a baixo, de baixo para cima, repetindo os olhares.
- E a senhora Val, gaguejando.
- Sou, você quem é?
- Sou Genés... interrompeu, ante ao desmaio da Val, provavelmente pensando que fosse o genérico.
Wagner Sampaio é Advogado
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