Ele estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Barra D'Or, no Rio, em estado grave. A informação foi confirmada a imprensa pela mulher do artista, Isabel Cristina Gasparin.
Dória estava tratando de uma infecção respiratória e morreu de complicações cardiorrespiratórias e renais. Ele fazia uso de respirador e estava sendo medicado com remédios para controlar a pressão. O artista deu entrada no centro médico no dia 27 de setembro.
Em recente entrevista, Isabel chegou a comentar que havia "entregado nas mãos de Deus". "Tenho noção que o estado dele é gravíssimo. Sei que tudo tem a sua hora. Deus está tomando conta e vendo o que é melhor para ele", disse. Isabel e Dória ficaram casados por 30 anos.
O velório será nesta quinta (7), às 11h, no Memorial do Carmo, no Caju, no centro do Rio. A cremação será às 16h do mesmo dia.
A última aparição do ator na TV foi no humorístico "Zorra Total", da TV Globo, dirigido por Maurício Sherman. Sherman lamentou a perda do amigo, lembrou que estreou no teatro junto com Dória e que competiu com o amigo o título de ator revelação. "Eu era da companhia da Eva Todor, e ele da companhia do Graça Melo. Ganhei o título de ator revelação, mas ele merecia tanto quanto eu. Dali para a frente nos tornamos amigos. Ele vai fazer muita falta. Tinha uma naturalidade incrível, era um ator que contribuía para o sucesso de todos os personagens que fazia. Foi uma escola", afirmou.
Jorge deixa um filho, Rodrigo, do casamento com a atriz Leda Valle. Ele também foi casado com a vedete Irís Bruzzi.
Trajetória
Carioca da Vila Isabel, Jorge Pires Ferreira, o Jorge Dória, iniciou na carreira artística na década de 1940, quando abandonou o emprego estável. Fez sua estreia no teatro, trabalhando na companhia de Eva Todor e Luis Iglesias, da qual foi integrante por 10 anos.
Iniciou no cinema em um papel coadjuvante no melodrama "Mãe" (1947), do radialista Teófilo de Barros. Depois, o estúdio Atlântida o contratou para o melodrama antirracista "Também Somos Irmãos" (1950) e o policial "Maior que o Ódio" (1951), ambos de José Carlos Burle.
Em 1962, foi um delegado no premiado "Assalto ao Trem Pagador", de Roberto Faria, que lhe rendeu o Prêmio Saci de melhor ator coadjuvante
Fã de filmes policiais, criou o argumento e colaborou no roteiro de mais dois filmes do gênero: "Amei um Bicheiro" (1952), de Jorge Ileli e Paulo Wanderlei; e "Mulheres e Milhões" (1961), de Ileli. Colaborou para o argumento de "Absolutamente Certo" (1957), de Anselmo Duarte, e de outros 11 filmes. Nunca escreveu para o teatro.
Estreou na televisão em 1970, na extinta TV Tupi, no elenco da novela "E Nós, Aonde Vamos?", da cubana Glória Magadan. Foi para a Globo em 1973, onde participou da primeira versão do seriado "A Grande Família", em que fez o papel do patriarca Lineu, interpretado por Marco Nanini atualmente.
Sua primeira novela na emissora foi "O Noviço", em 1975, adaptação de Mário Lago para a peça homônima de Martins Pena. Depois de um breve período na TV Tupi, em que atuou na novela Aritana, de Ivani Ribeiro, voltou à Globo em 1978, para protagonizar "O Pulo do Gato".
Em 1974, viveu no teatro o homossexual George na primeira montagem da comédia "A Gaiola das Loucas", de Jean Poiret, com adaptação e direção de João Bethencourt. Voltou ao espetáculo em 1995. Atuou em vários filmes do gênero pornochanchada, entre elas, "Como é Boa a Nossa Empregada" (1973), "Oh, que Delícia de Patrão!" (1974) e "Com as Calças na Mão" (1975).
Na TV, Jorge Dória ainda participou de tramas como "Tieta", "Deus nos Acuda", "Meu Bem, Meu Mal", "Era Uma Vez" e "Suave Veneno". O sucesso de público veio com "Que Rei Sou eu?", de 1989, onde viveu conselheiro Vanoli Berval. Sua última participação na televisão foi em "Zorra Total". (Fonte: UOL)
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