Outubro começará bastante agitado. A primeira semana do mês terá três grandes divulgações ao redor do mundo e que prometem agitar o mercado com seus resultados: Relatório Trimestral de Inflação no Brasil, PMI na China e na Europa, e o Relatório de Emprego nos EUA.
Previsto para ser apresentado na última semana, os números da inflação foram adiados para a próxima segunda-feira (30). Sem nenhuma explicação, é possível que o relatório tenha sofrido alguma modificação após o Federal Reserve não reduzir seu programa de estímulos à economia no último dia 18 de setembro. "Mesmo que esse seja o motivo, nenhuma mudança estrutural do relatório deve ter sido feita, o que pode ter sido acrescentado é um comentário", explica o associado da Pezco Microanalysis, João Ricardo Costa Filho.
Para ele, o relatório será a principal referência no País durante a próxima semana, visto que após a última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) o comunicado do governo mudou de tom. "O que devemos ver é uma explicação mais detalhada dos planos do Banco Central sobre a política fiscal brasileira", afirma.
Até o momento, o governo tem mostrado uma política fiscal mais expansionista, o que tem levado à elevação das taxas de juros nos últimos encontros do BC, mas com a mudança no comentário da última reunião o mercado já começa a cogitar a possibilidade de mudanças mais amenas na taxa de juros até o final do ano. Além disso, a Rosenberg Associados chama atenção para o discurso do diretor do Banco Central, Carlos Hamilton: "o tom assumido pode dar indícios a respeito de até quanto o BC está disposto a subir os juros, neste ciclo", afirmou.
PMI na China e na Europa
Como todo início de mês, a semana contará com os resultados dos PMIs de países de todo o mundo. Porém, os que mais movimentam os mercados são os números da China e da Europa. Apresentado na noite de segunda, a Sondagem Industrial do gigante asiático se torna a principal referência para os investidores, principalmente quando o assunto são as empresas exportadoras, caso da Vale (VALE3; VALE5).
No começo de 2013, a expectativa é que a China continuasse apresentando forte crescimento econômico, com resultados que poderia chegar a dois dígitos. "O que estamos vendo é a China caminhando para um crescimento mais ameno este ano, o que tem estressado o mercado", afirma João Filho.
Enquanto os investidores se adequam à essas novas perspectivas, qualquer mudança mais forte, principalmente se for para pior, pode ter um impacto mais forte nos mercados. Atualmente a perspectiva é que o país cresça 7,5% em 2013.
Na terça-feira (1) serão apresentados os PMIs da indústria na zona do euro, enquanto. Já na quinta-feira (3), será a vez das Sondagens de Serviços tanto na Europa quanto na China.
Relatório de emprego nos EUA
Em meio aos temores sobre uma paralisação do governo e discussões em relação ao teto da dívida, esta primeira semana marca nos EUA a divulgação do relatório de emprego, trazendo dados fundamentais nas decisões do Federal Reserve em relação à redução do Quantitative Easing 3, programa de estímulos norte-americano que consiste na compra mensal de até US$ 85 bilhões em títulos.
No dia 18, quando foi tomada a decisão pela autoridade monetária de manter a compra de títulos no país, o presidente do Fed, Ben Bernanke, afirmou que os EUA ainda não estão apresentando uma recuperação confiável, e que os números do desemprego no país ainda preocupam. Uma mudança no cenário do setor pode gerar especulações mais fortes no mercado sobre o futuro do QE3.
"Bernanke já colocou metas para o desemprego no país, mas a taxa pode 'mascarar' a situação real, já que, por exemplo, uma pessoa que desiste de procurar emprego, deixa a lista de desempregados, o que acaba sendo positivo para o indicador, mas que não muda a situação do país", explica João Filho.
Para ele, o relatório de emprego ganha ainda mais importância já que ajuda a entender melhor todo o cenário do setor, com números sobre criação de cargos e outros dados que ajudam a traçar o real cenário do trabalho nos EUA. Para a Rosenberg, a taxa de desemprego deve permanecer estável em 7,3%, o que não deve ser suficiente para uma alteração no programa de estímulos monetários do Fed na reunião de outubro. (Fonte: Rodrigo Tolotti Umpieres/InfoMoney)
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