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Eles afirmaram que a vacina prepara o sistema imunológico para atacar rapidamente o vírus HIV quando ele entra no organismo, momento em que o vírus é mais vulnerável.
Louis Picker, pesquisador do Centro Nacional de Pesquisas com Primatas do Oregon, cujo estudo foi publicado na revista “Nature”, disse que um teste da vacina em humanos possivelmente será feito dentro de três anos.
Testes da vacina com o SIV – uma versão do HIV nos símios – mostraram que mais de metade dos animais foram capazes de impedir a replicação do vírus. Isso foi confirmado com testes bastante precisos, que não detectaram traços de contaminação.
Mais de um ano depois da administração da vacina, a vasta maioria dos macacos manteve o controle sobre a doença.
“Sentimos que [a vacina] tem uma possibilidade de manter o vírus sob completo controle, ou de eliminar o vírus”, disse Picker.
Ele e seus colegas usam um vírus relativamente inócuo, chamado citomegalovírus (CMV), como veículo da vacina experimental para o organismo. Fizeram isso porque os cientistas consideram que a maioria das pessoas já está infectada pelo CMV, que permanece no organismo durante a vida toda, mas em geral causa poucos ou nenhum sintoma.
Picker explicou que, sendo o vírus persistentemente presente, ele mantém o sistema imunológico em alerta, pronto para atacar o HIV assim que ele entra no organismo.
“O que é animador nessa descoberta é que, pela primeira vez, uma vacina experimental foi capaz de controlar totalmente o vírus em alguns animais”, disse Wayne Koff, cientista-chefe da Iniciativa Internacional da Vacina da Aids, que ajudou a financiar o estudo.
Atualmente, não existe cura para a Aids, mas coquetéis de medicamentos são capazes de manter a doença controlada por muitos anos.
O vírus HIV, causador da Aids, está presente em cerca de 33,3 milhões de pessoas no mundo todo, segundo a Unaids (agência da ONU para a Aids). Ele já matou mais de 25 milhões desde que surgiu, há cerca de 30 anos.
Repercussão
Laboratórios e cientistas do mundo todo vêm pesquisando diversas possibilidades de desenvolver uma vacina.
“A novidade aqui é usar uma vacina por administração viral que persiste, essencialmente usando um vírus manipulado para coibir um vírus patogênico”, disse Robin Shattock, professor de imunidade e infecção das mucosas do Imperial College, de Londres, que não participou do estudo.
“Antes disso (…), os cientistas haviam praticamente desistido da ideia de uma vacina que possa controlar a replicação do HIV, [mas] isso a coloca firmemente de volta na pauta”, completou.
Picker disse que o próximo passo é produzir uma versão atenuada do CMV, para assegurar que ele não cause efeitos colaterais. (Fonte: G1)
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