DANÇANDO NA CHUVA
.....Os fatos se passaram no inicio do ano 1970 na Delpol de Santo André, onde trabalhei como policial civil.
O policial Cesário era um mulato, alto, espadaúdo, forte, brabo e que gostava de praticar um certo crime: Adultério; acreditem, adultério já foi crime no nosso Código Penal.
E ele, o Cesário gostava de fazer propaganda disso.
Chegando ao plantão no início da noite, ele avisou a todos que, se a “rainha do lar” ligasse, ele estava num trabalho muito importante, sem hora pra acabar... Dava uma pausa na mensagem e concluía: Hoje estou com muita vontade de praticar um adultério...
Consta, que estava ele no seu mister, ou seja, praticando referido adultério, em uma residência de uma vila daquela cidade, quando no auge do crime, apareceu o marido da sua companheira.
Não tendo tempo para se vestir, saiu pela janela dos fundos, que dava para um quintal em declive para uma rua sem saída.
Nesse declive havia um pé de limão vinagre, todo carregado. Ali se escondeu abaixado, nosso herói, sem antes se armar com seu potente revólver Magnunn 44, para qualquer eventualidade que pudesse ocorrer.
O marido traído chegou e percebeu no ar que alguma coisa estranha estava acontecendo, embora a esposa o chamasse insistentemente para vir se deitar; ele fazia movimentos contínuos com o nariz cheirando o ar, provavelmente o cheiro de chifre, ou melhor, cheiro característico de uma relação sexual.
Cheirou bastante por todos os lados, mostrava-se indignado com esse odor, que ali naquele momento lhe era estranho; cheirou, cheirou e em seguida saiu pela janela, também fazendo o mesmo trajeto do Cesário, e no quintal continuou a cheirar até que, num ato inesperado retirou para fora o documento e urinou bastante no pé de limão vinagre e no nosso heríi, que recebeu aquela urinada, cheirosa, pelo corpo todo, sem reagir.
Em seguida, o mijão adentrou ao quarto e apagou a luz.
Cesário chegou ao plantão todo molhado e pediu que telefonassem para a esposa, solicitando uma troca de roupas e informasse sua cara metade, que sujou-se numa perseguição a um bandido ao cair numa poça de lama.
Em seguida, entrou no banheiro do plantão e tomou uma chuveirada.
Já de roupa trocada contou o inusitado dos acontecimentos e concluiu: O melhor do pior é que hoje eu só dancei, dentro do contexto até que me dei bem!
Bem mal, alguém concluiu.
Wagner Sampaio é Advogado
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