Inicialmente, ela estava prevista para valer só em 5 de fevereiro. Dilma descartou ainda qualquer necessidade de racionamento de energia "no curto, no médio ou no longo prazo".
Dilma reiterou que a redução da conta de luz será de 18% para residências e de até 32% para indústria, comércio e agricultura. A informação já havia sido dada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) hoje à tarde.
"Acabo de assinar o ato que coloca em vigor, a partir de amanhã, uma forte redução na conta de luz de todos os brasileiros. Além de estarmos antecipando a entrada em vigor das novas tarifas, estamos dando índice de redução maior do que o previsto e já anunciado", disse Dilma no pronunciamento.
Os percentuais são maiores do que os estimados anteriormente pelo governo. Em setembro passado, quando anunciou o plano para baratear a tarifa de energia, a presidente disse que o corte seria, em média, de 16% para residências e de até 28% para a indústria.
"Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação mais especial no setor elétrico. Somos agora um dos poucos países que estão, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando a sua produção elétrica", disse Dilma. Ela assinou hoje um decreto e uma medida provisória com os novos índices de redução das tarifas.
Segundo a presidente, os consumidores que são atendidos pelas concessionárias que não aderiram à prorrogação dos contratos (Companhia Energética de São Paulo - Cesp, Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig e Companhia Paranaense de Energia - Copel) também terão a conta de luz reduzida.
"Previsões sem fundamento"
A falta de chuva em diversas regiões do país e os reservatórios das hidrelétricas operando abaixo da capacidade provocaram dúvidas sobre o cumprimento da medida prometida pelo governo. A presidente fez duras críticas às previsões sobre a possibilidade de racionamento de energia por causa do baixo nível dos reservatórios.
No seu pronunciamento, ela explicou que praticamente todos os anos as usinas térmicas, movidas a gás natural, óleo diesel, carvão ou biomassa, são acionadas com menor ou maior exigência para garantir o suprimento de energia do país. Segundo Dilma, isso é "usual, normal, seguro e correto".
"Surpreende que algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas. Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único quilowatt que precisava. E agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas."
A presidente disse ainda que o país irá dobrar em 15 anos a capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é 121 mil megawatts. Segundo ela, no ano passado, o país colocou em operação 4.000 megawatts e 2.700 quilômetros de linhas de transmissão e, neste ano, deve colocar mais 8.500 megawatts de energia e 7.500 quilômetros de novas linhas.
"Temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer e, bem, neste e nos próximos anos". A presidente acrescentou que o sistema elétrico brasileiro é um dos mais seguros do mundo porque trabalha com fontes diversas de produção de energia, o que não ocorre na maioria dos países.
Ela criticou os que, segundo ela, "são sempre do contra", e não acreditavam que o governo conseguiria baixar os juros, aumentar o nível de emprego e reduzir a pobreza.
"Do contra"
"Nesse novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás. Pois nosso país avança sem retrocesso em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio no passado os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda, que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria e não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média".
Dilma disse que os que tentaram "amedrontar" os brasileiros com a queda do emprego ou a perda do poder de compra do salário também erraram e que "não faltou comida na mesa nem emprego". Também citou a saída de 19,5 milhões de brasileiros da linha da extrema pobreza nos últimos dois anos.
"O Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido os do que tem fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história".
Dilma aproveitou ainda para propagandear que o seu governo, além de ter baixado o custo da energia, diminuiu juros, reduziu impostos e também ampliou investimentos em infraestrutura, saúde e educação.
Segundo ela, o país vai alcançar uma situação ainda melhor quando todos os brasileiros trabalharem para "unir e construir" e não para "desunir ou destruir". "Somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos e pessoais", concluiu. (Fonte: UOL/Agência Brasil)
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