Para bem ou mal, o ano de 2013 estará mais uma vez nas mãos dos políticos. Evitado o problema fiscal dos Estados Unidos e feita a reforma estrutural na Europa, os gastos corporativos poderiam ser desencadeados, o que auxiliaria a restaurar a confiança do consumidor. Mas, até o momento, os estrategistas da gestora norte-americana BlackRock se mostram "cautelosamente otimistas", embora cientes da continuidade do trabalho necessário para a reestruturação da economia mundial.
Diante desse quadro, a equipe de estrategistas da gestora - Russ Koesterich, Jeff Rosenberg e Peter Hayes - indica três posturas para os investidores em 2013: repensar as aplicações em renda fixa, encontrar crescimento em meio à volatilidade e construir um portfólio diversificado.
Segundo eles, os investidores devem aumentar exposição aos setores ligados ao crédito. Mas boas opções ainda seriam: títulos high yield - que possuem maior rendimento mas por isso têm maior risco -, empréstimos bancários, dívidas de países emergentes, bonds municipais e outras áreas do mercado que podem oferecer retornos atrativos.
Outra recomendação é o investidor buscar investimento em ações que sejam boas pagadoras de dividendos. Para isso, eles indicam aumentar exposição em ações de países emergentes e companhias norte-americanas com exposição ao mercado internacional. "Ganhar exposição em pequenos mercados em desenvolvimento é uma boa alternativa", enfatizam.
Eles, por fim, reforçam a importante da diversificação dos investimentos na construção de um portfólio atrelado à renda fixa. "A volatilidade no médio prazo pode representar uma oportunidade para os investidores com planos mais longos", comentam.
12 perguntas para refletir em 2013
Essas considerações foram pautadas por 12 perguntas que eles consideram essenciais para olhar para o ano de 2013, começando pelo problema fiscal norte-americano.
1ª) Como ficará o problema fiscal dos EUA?
Segundo eles, o acordo para evitar o abismo fiscal nos Estados Unidos no primeiro dia do ano foi melhor do que nada, mas ainda é limitado e a necessidade de negociações adicionais, provavelmente, irão se traduzir em peso para a economia norte-americana e em maior volatilidade para os mercados.
2ª/3ª) O mercado de títulos dos EUA entrariam em outra recessão, ou podemos ver uma forte expansão? Existe alguma chance de aumento da inflação ou na taxa de juro?
Segundo eles, a ideia de outra recessão para 2013 estaria descartada, mesmo em um cenário de crescimento lento da economia do país.
Mas os estrategistas estimam que a taxa de juro norte-americana neste ano vai sofrer revisão para cima, levando a rentabilidade dos títulos públicos dos EUA de 10 anos para 2,5%, enquanto a inflação deverá permanecer em patamar abaixo de 2%.
Nesse cenário, eles estimam um crescimento da economia dos EUA de 2% no próximo ano, combinado com a redução do risco de quebra da zona do euro e menor preocupação com a desaceleração chinesa.
4ª) O que acontecerá com a Europa?
Já em relação à Europa, o BCE (Banco Central Europeu) mudou o jogo no ano passado, tirando o risco mais extremo de um colapso bancário do centro da mesa. Mas as principais questões sobre reforma econômica devem demorar um ano ou mais para sair, mantendo um crescimento irrisório, estimam.
5ª) E em relação à China e outros mercados emergentes?
Para eles, a China e outros mercados emergentes devem recuperar suas trajetórias de crescimento em 2013, ajudando a amortecer as eventuais falhas nos Estados Unidos e Europa.
Dados recentes reforçam a melhora nas condições econômicas dos emergentes, em especial a China, com a aceleração da manufatura e vendas no varejo.
"A mudança será lenta, mas a atual trajetória sugere que a China derá suporte ao crescimento global nos próximos anos", avaliam.
6ª) Veremos uma repetição da volatilidade de 2012?
Com a manutenção das negociações sobre o orçamento nos EUA, os mercados seguem voláteis no início deste ano. Mas com os riscos mais amenizados, os investidores devem se focar mais nas tendências positivas para o mercado acionário.
7ª) Qual panorama para as ações dos EUA?
Enquanto os riscos estão elevados e o valuation das ações estão relativamente alto, os estrategistas veem oportunidades, particularmente nos ativos de grandes empresas norte-americanas.
8ª) Qual o melhor lugar para investir em ações?
Por sua vez, os lugares preferidos dos estrategistas são os mercados emergentes, em função de: um crescimento mais rápido, ativos "baratos", baixa inflação e volatilidade relativamente menor.
Portanto, eles não esperam que os países emergentes mostrem um retorno em passos tão largos quanto de 2010. Mas a razão entre os emergentes e os mercados desenvolvidos parece curvar em favor dos emergentes, já que "os países desenvolvidos estão lutando com os três D's: desalavancagem, dívida e demografia".
9ª) Como os investidores devem se posicionar no mercado de renda fixa?
No longo prazo, os estrategistas sugerem que os investidores migrem suas carteiras para setores ligados ao crédito.
Segundo eles, os investidores devem reduzir a proporção de ativos de renda fixa de seus portfólios para setores sensíveis aos juros. Daqui para frente, as taxas devem subir, pressupondo um crescimento modesto nos Estados Unidos e uma redução nas tensões externas, tais como a crise na zona do euro e incertezas externas nos Estados Unidos.
10ª/11ª) Estamos caminhando para um bull market nos título de high yield?/ E sobre os fundos municipais?
Os títulos high yield estão se mostrando cada vez mais atrativos, compensando seu risco. "Essa classe de ativos continua oferecendo rendimento convicente e melhor potencial de retorno, enquanto a taxa de inadimplência permanece baixa". Contudo, eles alertam que os valuations desses títulos não estão tão atrativos nos últimos anos, limitando o potencial de ganhos em 2013.
Por sua vez, para aqueles investidores que olham para segurança e renda, os especialistas apontam que os títulos municipais oferecem um valor relativo aos Treasuries - sendo uma boa opção de investimento.
12ª) Como posso minimizar a volatilidade da carteira?
Sendo a volatilidade um risco central nas carteiras dos investidores, dada a incerteza fiscal, econômica e regulamentar no mundo, os estrategistas reforçam que vale a pena considerar uma maior variedade nos seus portfólios para atingir suas metas de ganhos. (Fonte: Paula Barra/InfoMoney)
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