As precipitações vêm em boa hora também para os reservatórios de hidrelétricas, após um período de chuvas abaixo da média em dezembro na grande maioria das áreas, embora o benefício seja mais imediato para agricultura do que para o saneamento da atual crise energética, acrescentou a Somar.
“As chuvas vão ser generalizadas nos próximos dias até sábado”, disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos nesta quinta-feira.
Até sábado, os volumes de chuva podem superar 200 milímetros em algumas localidades de Minas Gerais, “o que pode trazer transtornos a estas regiões como transbordo de rios e queda de barreiras em estradas”, disse a Somar em boletim climático para as áreas de café.
Algumas áreas de Minas Gerais – o principal produtor de café do país, Estado também conhecido como “caixa d’água do Brasil” por abrigar nascentes de rios que abastecem importantes hidrelétricas – poderão receber nos próximos quatro dias chuvas suficientes para pelo menos igualar o volume da média histórica de janeiro.
“Janeiro provavelmente vai fechar com chuvas acima da média”, disse, ressaltando a importância das precipitações para os cafezais do maior produtor global da commodity.
Para a região produtora de soja, a Somar também prevê volumes elevados: “em 5 dias, deve chover mais de 200 mm entre o Sudeste e Centro-Oeste”, contra 299 milímetros da média histórica esperada para a região central de Mato Grosso, onde mais chove em janeiro, pelos dados meteorológicos.
“Para as lavouras é excelente, vai elevar o nível de umidade do solo, vai ter potencial para suprir toda a demanda da planta”, comentou o agrometeorologista.
O Brasil prevê uma produção recorde de soja, o que permitiria ao país superar os Estados Unidos como o maior produtor global na temporada 2012/13. Alguns especialistas também acreditam em uma safra recorde de milho.
No caso do café, as projeções do governo também apontam para uma safra abundante, mesmo que 2013 seja o ano de baixa do ciclo bianual da variedade arábica. A colheita de cana também deverá ter boa recuperação.
Atividade de colheita afetada – No caso da soja, é possível que o elevado volume de chuvas até prejudique os trabalhos do início da colheita no Centro-Oeste, uma vez que a elevada umidade pode impedir a entrada das colheitadeiras nos campos.
“Vão ter duas situações: as chuvas que vão ocorrer nos próximo quatro dias vão ser boas, vão normalizar o desenvolvimento das lavouras, porém podem trazer prejuízo para o pessoal que está colhendo, vão inviabilizar totalmente…”, disse Santos.
Mas “as chuvas serão mais favoráveis do que desfavoráveis, tem muita soja em desenvolvimento, precisando de água ainda”, acrescentou ele.
A frente fria que traz chuvas para o Sudeste e Centro-Oeste é a mesma que elevou a umidade no solo no Paraná e Rio Grande do Sul nos últimos dias. Nas terras gaúchas já choveu quase o volume esperado para todo o mês – em algumas áreas, as precipitações já superaram o total histórico de janeiro. (Fonte: Exame.com)
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