No terceiro dia de conflito, o ministro israelense da Defesa ordenou a convocação de novos reservistas, após o início da mobilização de 16.000 deles, e disse estar pronto para expandir suas operações.
Segundo o secretário de gabinete, Zvi Hauser, o governo de Israel está buscando a aprovação ministerial para recrutar até 75 mil soldados reservistas.
Jamais um projétil havia sido disparado de Gaza na direção da Cidade Santa, situada a 65 km. Ele atingiu uma região não habitada no conjunto de colônias do Goush Etzion na Cisjordânia, sudoeste de Jerusalém, sem causar vítimas, segundo a polícia.
Na quinta (15) e sexta-feira (16), foram disparados três foguetes contra a metrópole de Tel Aviv, e dois deles caíram no mar.
Na Faixa de Gaza, onde Israel lançou na quarta-feira(14), sua ofensiva "Pilar da Defesa" com o assassinato do chefe militar do Hamas, Ahmed Al-Jaabari, o exército, que prossegue com seus ataques aéreos, fez nesta sexta-feira mais cinco vítimas palestinas, segundo fontes médicas.
No total, 23 palestinos foram assassinados em três dias e 235 ficaram feridos em cerca de 500 ataques aéreos israelenses, enquanto três israelenses morreram na queda de um foguete sobre um imóvel no sul de Israel.
Esta escalada ocorre apesar dos apelos internacionais por uma trégua e a breve visita à Gaza do primeiro-ministro egípcio Hicham Qandil, cujo país denunciou a ofensiva israelense como "uma agressão flagrante contra a humanidade", prometendo que seu país "não deixaria Gaza sozinha".
Cidade Santa
A Cidade Santa é um dos principais pontos da negociação de paz. Israel considera Jerusalém como sua capital "unificada e indivisível", enquanto os palestinos querem transformar a parte oriental da cidade na capital de seu futuro Estado.
Em Gaza, o braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, reivindicou o disparo contra Jerusalém, onde a sirene de alerta soou no início da tarde. "Nós bombardeamos Jerusalém ocupada com um foguete M75 posicionado pela Al-Qassam", escreveu em um comunicado.
Poucas horas antes, um foguete caiu fora de Tel Aviv, assim como na véspera, provocando pânico na praia ao longo da costa da metrópole israelense. O artefato caiu a 200 metros da beira-mar, onde está localizada a embaixada dos Estados Unidos.
Jamais um projétil de Gaza tinha caído tão longe em território israelense.
"A Força Aérea realizou a maioria das missões e nós registramos sucessos significativos. O exército está pronto para expandir sua operação", declarou Moshé Yaalon, ministro dos Assuntos Estratégicos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em plena campanha eleitoral, declarou na quinta-feira que seu país tomará "todas as ações necessárias".
Desde quarta-feira, 280 foguetes foram disparados de Gaza contra Israel, causando a morte de três pessoas. Deste total, 131 fora interceptados pelo sistema antimísseis "Domo de Ferro", do exército israelense.
Segundo a polícia, mais de 50 foguetes foram lançado de Gaza contra o sul de Israel durante a noite.
Tropas
Um jornalista da AFP viu tropas sendo transportadas em blindados e escavadeiras perto da cerca de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, onde os tanques estão estacionados há 48 horas.
Manifestações em apoio ao Hamas, um movimento de luta armada contra Israel, aconteceram na Cisjordânia, Irã, Cairo e nos campos de refugiados palestinos no Líbano.
Vários países ocidentais, entre eles Estados Unidos e Alemanha, apelaram ao Egito, liderado pela Irmandade Muçulmana, movimento que deu origem ao Hamas no poder em Gaza, para usar a sua influência para acalmar a situação.
No Líbano, o movimento xiita Hezbollah comemorou os ataques a Tel Aviv, falando de um avanço significativo.
A partir do Egito, a Tunísia anunciou que seu ministro das Relações Exteriores, Rafik Abdessalem, viajará sábado para Gaza.
Por fim, o presidente palestino, Mahmud Abbas, assegurou que a ofensiva israelense não prejudicará a gestão palestina para pedir o estatuto de Estado não membro da ONU, que deve ser submetida à Assembleia Geral em 29 de novembro.
"O que acontece em Gaza visa a criar obstáculo para nosso pedido de um Estado de Palestina não membro da ONU, mas faremos com que seja votada a resolução em 29 de novembro. Ninguém pode nos deter", declarou Abbas. (Fonte: GAZA, 16 Nov 2012 (AFP))
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