Segundo levantamento feito, das 165.854 vagas que devem ser oferecidas pelas federais no fim do ano, 150.774 poderão ser disputadas com auxílio do Enem, o que corresponde a 90,9% do total.
Os números ainda podem sofrer alterações porque algumas universidades ainda não publicaram o edital de seleção --nesses casos, tomou-se como referência as vagas ofertadas na edição do vestibular do final de 2011.
Pelo levantamento, 34 das 59 instituições federais usarão exclusivamente a nota da prova no processo de seleção para ingresso no início de 2013.
Outras 23 universidades utilizam o desempenho do candidato no Enem de três formas na seleção: para substituir o vestibular de parte dos cursos ofertados, para substituir a primeira etapa de seleção ou como bônus na composição da nota final.
Apenas duas instituições usam o Enem somente para as vagas remanescentes no processo seletivo.
Diante do peso do Enem para o acesso ao ensino superior, o número de inscritos na prova tem sido crescente. Entre 1998, data da primeira edição, e 2012, o número de candidatos aumentou quase 37 vezes --saltou de 157,2 mil para 5,79 milhões.
VESTIBULAR NACIONAL
"O Enem está se transformando crescentemente num vestibular nacional", conclui Ocimar Alavarse, professor de Educação da USP. Essa foi a intenção do MEC (Ministério da Educação) ao reformular a prova, em 2009.
Na ocasião, a pasta encaminhou uma carta à Andifes (associação de reitores) defendendo a nova política. Entre os argumentos estavam a indução a um currículo do ensino médio mais homogêneo e maior democratização do acesso às vagas.
"Exames descentralizados favorecem aqueles estudantes com mais condições de se deslocar pelo país", alegou o MEC.
NÍVEL SOCIOECONÔMICO
Para alguns especialistas em educação, o Enem não atendeu esse objetivo.
"O fato de eu poder disputar em mais universidades não necessariamente aumenta minha chance de ingresso. O desempenho está fortemente associado ao nível socioeconômico do candidato", afirma Alavarse.
Ele pondera, entretanto, que a lei de cotas deve provocar uma mudança no perfil do aluno das federais.
A nova regra, já em vigor neste processo de seleção, destina 50% das vagas em instituições federais para alunos que cursaram o ensino médio integralmente na escola pública. (Fonte: Flávia Foreque/ Andressa Taffarel/ Lilo Barros)
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