Com 93% das urnas apuradas, ele recebeu 55,94%% dos votos válidos, enquanto o ex-governador paulista José Serra (PSDB), 70, foi votado por 44,06% dos eleitores.
A vitória de Haddad representa a volta do PT ao comando da maior cidade do país oito anos depois de a petista Marta Suplicy ter sido desalojada da prefeitura pelo próprio Serra.
A derrota do tucano representa um duro golpe na oposição, que perde um de seus principais redutos, além de ter um sabor amargo para o próprio Serra, que perdeu para Lula e para Dilma Rousseff as disputas presidenciais de 2002 e de 2010.
A CAMPANHA
Professor universitário, estreante em eleições, Haddad teve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como fiador e principal cabo eleitoral de sua candidatura, imposta ao PT ainda no ano passado.
A candidatura, mais uma "invenção" bem-sucedida de Lula -em 2010 já havia apostado em Dilma, também eleita--, enfrentou resistências dentro do PT em um primeiro momento.
Entre os obstáculos ultrapassados por Haddad esteve a intenção da ex-prefeita Marta Suplicy, derrotada em 2004 e 2008, voltar a disputar o cargo. Marta desistiu da pré-candidatura após apelos de Dilma e Lula, mas ficou ausente no início da campanha, evidenciando sua contrariedade.
Ainda na pré-campanha, foi criticado após negociações de aliança com o recém-criado PSD do prefeito Gilberto Kassab. O acordo, que era costurado por Lula, fez água quando Serra anunciou que entraria na disputa e o prefeito optou por apoiar o antigo aliado.
Haddad também contou com a ajuda do Planalto para estancar as críticas de evangélicos, que o associavam ao chamado "kit-gay" -material anti-homofobia produzido para ser distribuído em escolas pelo MEC durante a gestão de Haddad. Após nomeação do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ligado à Igreja Universal, como ministro da Pesca, as críticas diminuíram e só voltaram na reta final da campanha.
Outro momento de crise na campanha petista foi o apoio do ex-prefeito e deputado Paulo Maluf (PP), que fez questão de oficializar o acordo no jardim de sua casa, ao lado de Lula, em uma foto que entraria para a história. No dia seguinte ao apoio de Maluf, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desistiu de ser vice de Haddad.
O acordo com Maluf, no entanto, rendeu à campanha petista um dos maiores tempos no horário eleitoral da TV, contribuindo para sua subida nas pesquisas entre o fim de agosto e o início de setembro.
A essa altura, Marta aparece na campanha pedindo votos a Haddad e, menos de uma semana depois, é nomeada como ministra da Cultura de Dilma. A presidente também entra na campanha na reta final do primeiro turno e vem a São Paulo participar de comício com o petista.
No segundo turno, o apoio de Dilma e Lula se tornam mais constantes e Haddad também recebe o reforço de Gabriel Chalita (PMDB), quarto colocado no primeiro turno.
Em desvantagem nas pesquisas, Serra partiu para o ataque contra a campanha do PT, mas não conseguiu reverter a desvantagem e nem a alta rejeição identificada nas pesquisas.
O ELEITO
Filho de comerciante de origem árabe, Fernando Haddad nasceu em 25 de janeiro de 1963.
Ainda na faculdade, na década de 80, trabalhou na loja de tecidos de seu pai na rua 25 de Março, mas seguiu carreira acadêmica, formando-se no curso de direito da USP (Universidade de São Paulo), com mestrado em economia e doutorado em filosofia pela mesma universidade.
Antes de ser eleito prefeito de São Paulo, Haddad foi chefe de gabinete do secretário de Finanças, João Sayad, durante a gestão de Marta na prefeitura.
Em 2003, torna-se assessor do ministro do Planejamento, Guido Mantega, e formata a Lei de Parcerias Público-Privadas. Promovido a secretário-executivo do Ministério da Educação em 2004, assume o MEC em 2005, com a saída do ministro Tarso Genro.
Com a eleição de Dilma, em 2010, fica no cargo no ano seguinte, até deixar a pasta para se candidatar em São Paulo.
Fernando Haddad é casado com a dentista Ana Estela, com quem tem dois filhos: Carolina e Frederico. (Fonte: Folha)
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