De acordo com o levantamento, feito com 1.008 pessoas de 22 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes, 75% dos entrevistados apontaram que não cobram do governo a coleta e tratamento de esgoto. Dos que dizem cobrar, a maior parte solicita a limpeza de bueiros (7%) e o desentupimento do esgoto existente (5%).
Apenas 13% dos participantes disseram não saber o que é saneamento básico, o que indicaria maior conscientização da população sobre o assunto, de acordo com a ONG. Entretanto, 58% consideram caro o valor cobrado pelo serviço em relação à qualidade do que é feito.
Responsabilidade – Questionados sobre quem deve oferecer serviços de saneamento, 68% apontaram as prefeituras como responsáveis pela implantação e fiscalização.
Porém, de acordo com a pesquisa, apenas 2% das pessoas consideram que o tema influenciará na escolha do candidato nas eleições municipais de 2012. A maioria (37%) considera a saúde como prioridade na tomada de decisão.
Segundo a ONG, as percepções mais críticas são feitas por moradores das regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, principalmente aqueles que vivem em cidades do interior e periferias e estão mais próximos aos problemas relacionados à falta de saneamento.
Qualidade das águas no Brasil – Apesar do desenvolvimento do país e enriquecimento da população, o Brasil ainda não conseguiu alcançar 100% da coleta de esgoto, principal causador de poluição hídrica no país.
De acordo com o relatório “Conjuntura dos Recursos Hídricos”, divulgado em 2011 pela Agência Nacional de Águas (ANA), o país coleta 56,6% do esgoto doméstico urbano.
Entretanto, apenas 34% deste volume passam por tratamento. Além deste problema, não existe ainda uma rede integrada de monitoramento da qualidade das águas.
Em nove estados ainda não existem quaisquer pontos de medição de possíveis alterações. Além dos sete estados da região Norte, Santa Catarina e Maranhão não verificam os dados.
Outro motivo de preocupação são as águas subterrâneas, que começaram a ser analisadas devido ao risco de contaminação por esgoto não tratado e resíduos industriais. Em 2011, o governo liberou R$ 15 milhões para que investigações e testes fossem feitos em bacias como a rio Amazonas, no Norte, e São Francisco, no Nordeste.
Segundo a ANA, a expansão das cidades, com mais indústrias e bairros, muitas vezes sem infraestrutura de saneamento básico, pode já ter causado a contaminação do solo de reservatórios naturais, mesmo aqueles localizados a uma profundidade que varia de 80 metros a 1.000 metros de profundidade. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)
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