O número é menor que o do ano passado, quando 6,3% foram identificados com a doença. Ao longo dos últimos seis anos, no entanto, a tendência é de estabilidade.
De acordo com o Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há 134.465.631 pessoas em idade adulta no país. Levando em conta esse número, a população com diabetes fica em torno de 7,5 milhões de brasileiros.
A diabetes se caracteriza pelo acúmulo de açúcar no sangue, aumenta o risco de doenças do coração e do rim e pode levar à cegueira, entre outras complicações.
A tipo 2 é a mais comum, aparece em cerca de 90% dos diabéticos. O pâncreas começa a falhar aos poucos. A doença tem carga genética, mas geralmente está ligada à obesidade e ao sedentarismo, e aparece na fase adulta. Pode ser controlada com remédios e dieta, e injeções de insulina são usadas apenas em alguns casos.
O tipo 1 costuma surgir na infância ou na adolescência. Uma falha no sistema de defesa do corpo leva à destruição das células do pâncreas que produzem a insulina, hormônio que leva o açúcar para dentro das células. Esses pacientes dependem da injeção de insulina pelo resto da vida.
A pesquisa – Os números foram obtidos pela pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que coletou informações nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
O levantamento, feito anualmente pelo ministério desde 2006, traz um diagnóstico da saúde do brasileiro a partir de questionamentos – por telefone – sobre os hábitos da população, como tabagismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, alimentação e atividade física, e doenças, como a hipertensão e a diabetes. Em 2011, foram entrevistados 54.144 maiores de idade de janeiro a dezembro.
Segundo o Ministro, apesar de o número ser menor no Brasil na comparação com outros países, os dados ainda preocupam. “Temos uma tendência de crescimento do número de pessoas com diabetes no Brasil por causa do aumento do número de idosos, do acesso ao diagnóstico e do crescimento da obesidade. É preciso reforçar ações de prevenção à obesidade, fazer diagnóstico precoce e promover acesso a medicamentos”, declarou o ministro.
Os dados foram divulgados pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante o Fórum Pan-americano de Ação sobre as Doenças Não Transmissíveis, em Brasília. O Brasil possui destaque na comparação com outros países do continente. De acordo com dados oficiais de cada país, o índice brasileiro é menor que o dos Estados Unidos (8,7%), Argentina (9,6%) e Chile (6,3%).
A capital onde foi identificado o maior percentual da população com diabetes é Fortaleza, onde 7,3% dos adultos são portadores da doença. Em seguida, estão Vitória (7,1%) e Porto Alegre (6,3%). Palmas possui o menor índice, com 2,7% da população. Goiânia (4,1%) e Manaus (4,2%) estão na segunda e terceira posição, respectivamente, dos melhores índices.
Segundo Padilha, as cidades com maior registro de diabéticos geralmente possuem mais idosos e assistência à saúde por meio do diagnóstico. “Quanto mais idosa a população da cidade, maior a possibilidade de termos um maior número de pessoas com diabetes. Em segundo lugar, quanto maior a cobertura do pré-natal, mais mulheres terão o diagnóstico precoce”, disse.
O levantamento Vigitel também indica que a doença é mais comum entre os mais velhos. A diabetes aparece em 21,6% das pessoas com mais de 65 anos, e em 15,2% das que têm entre 55 e 64. Na faixa entre 18 e 24 anos o índice cai para 0,6%.
Internações e mortes – De acordo com o ministro, o acesso gratuito a medicamentos de tratamento de diabetes, promovido pelo programa Farmácia Popular, ajuda a melhorar o quadro brasileiro. Segundo ele, dados preliminares apontam que em 2011 houve cerca de 145 mil internações causadas pela doença, contra 148,4 mil em 2010.
“O remédio de graça contribiu para revertemos o número de internações e a tendência de mortalidade em relação a diabetes”, disse.
De acordo com a Débora Maltah, diretora do Departamento de Análise de Situação de Saúde do Ministério da Educação, o governo possui um gasto médio anual de R$ 88 milhões com as internações por diabetes. “Nossa meta é a redução da mortalidade por diabetes e a inclusão de todos os pacientes no tratamento para que tenhamos também redução das internações”, disse a diretora.
Escolaridade – Segundo a pesquisa, o percentual de adultos com diagnóstico de diabetes é menor conforme o aumento do número de anos escolares. Entre os adultos com 12 ou mais anos de estudo, o índice é de 3,7%, chegando a 7,8% na população com até 8 anos de escolaridade.
De acordo com Déborah Malta, a diferença se dá, provavelmente, pela possibilidade de se adquirir hábitos mais saudáveis. “Mais anos de estudo é um hábito protetor, provavelmente por hábitos mais saudáveis”, disse Déborah. (Fonte: G1)
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