Em um jogo que teve um começo eletrizante, com quatro gols em 16 minutos, o Santos venceu o Guarani de novo, desta vez por 4 a 2, e sagrou-se tricampeão do Paulista, feito que não acontecia desde 1969 no Estado. O clube levantou o seu 20º troféu Estadual. O maior vencedor segue sendo o Corinthians, com 26 conquistas.
O Guarani entrou em campo sabendo que a sua missão para impedir a conquista santista não seria nada fácil, já que tinha que vencer por três gols de diferença só para levar a decisão para os pênaltis. E a situação ficou pior com 1min, quando Alan Kardec, em jogada iniciada por Neymar, abriu o placar.
O Guarani não deu tempo para o Santos comemorar e empatou três minutos depois com Fabinho, após falha do goleiro Rafael, que bateu roupa e soltou a bola nos pés do atacante bugrino.
Aos 8min, o árbitro Paulo César de Oliveira viu toque de mão intencional na área do Guarani e marcou pênalti. Neymar bateu e recolocou o Santos em vantagem.
Quando o jogo parecia ter diminuído a sua velocidade, o Guarani voltou a empatar, de novo em falha da zaga santista, agora de Durval. Bruno Mendes chutou sem chances para Rafael.
O Guarani surpreendia o Santos com uma marcação sob pressão na saída de bola. O time alvinegro não conseguia trocar passes e tampouco mantinha a bola no seu campo de ataque. O Santos parecia atordoado com o volume de jogo do Guarani, que não desistia, apesar de ter que marcar mais três gols para poder levar o jogo para os pênaltis.
Por pelo menos três vezes, o Guarani esteve muito perto de virar a partida, mas Rafael se redimiu e evitou. No banco de reservas era possível ver um Muricy Ramalho muito contrariado com a falta de troca de passes da sua equipe.
No segundo tempo ficou claro que as broncas de Muricy surtiram efeito. O pedido para o Santos desacelerar o jogo e ficar mais com a bola foi cumprido. O time administrava a partida, tocando a bola e deixando o Guarani longe do gol de Rafael.
O time do interior só teve uma chance na segunda etapa, aos 26min, mas Rafael defendeu. Dois minutos depois, a estrela de Neymar brilhou mais uma vez.
Ele saiu enfileirando adversários, tocou para Juan, que deu um drible da vaca em Bruno Peres e devolveu para o camisa 11, que de primeira recolocou o Santos em vantagem. Para quem ainda tinha dúvidas, era o gol do título. Foi o 20º tento de Neymar no torneio, conquistando também a artilharia da competição.
A partir daí, o jogo se transformou em uma grande festa. A torcida gritava "olé" e "tricampeão". Neymar conduzia o time nos contra-ataques. O Guarani ainda lutava pela sua honra, para pelo menos empatar o jogo. Mas não teve jeito.
No fim, mais um castigo. Alan Kardec, que abriu os trabalhos, pedalou para cima de Emerson, driblou o goleiro aos 45min, e com o gol aberto só rolou para sacramentar o título santista. Veio o apito final e com ele deu-se início a uma tremenda festa em preto e branco no Morumbi.
Neymar
Com a conquista do tricampeonato paulista neste domingo, Neymar chegou ao quinto título em sua curta carreira. Aos 20 anos, esta marca já é melhor até mesmo do que a de Pelé, com a mesma idade e no mesmo Santos, considerando inclusive o troféu de campeão mundial, ganho com a seleção brasileira.
O atual camisa 7 santista soma estes três campeonatos estaduais (2010-11-12), mais a Copa do Brasil (2010) e a Copa Libertadores (2011). Já Pelé tinha o Campeonato Paulista (1958), Torneio Rio-São Paulo (1959) e a Copa do Mundo citada acima.
A diferença são os prêmios individuais. Pelé tinha sido eleito o melhor da Copa, o melhor mais jovem, o Chuteira de Prata e craque do time das estrelas daquele torneio.
O Rei do Futebol tinha mais três taças pela seleção brasileira, na época de relativa importância, mas que não entram na conta pelo fato de Neymar não poder disputá-las por não existirem mais: a Copa Rocca (duelo contra a Argentina, em 1957), a Copa Oswaldo Cruz (contra o Paraguai, em 1958) e a Taça Bernardo O'Higgins (contra o Chile, em 1959).
Já Neymar tem ainda a conquista do sub-20 em 2011 e do Superclássico das Américas (duelo contra a Argentina, criado em 2010) em seu currículo. Se ele vai passar o melhor da história só o tempo dirá. Mas está no caminho, pela quantidade de títulos. (Fonte: Folha.com/Thiago Braga)
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