Provavelmente Deus, no sétimo dia da criação desse mundão, já exausto, parou para tomar uma branquinha e comer algo que desse “sustância”, com sobremesa de queijo e goiabada ou doce de leite e aí, bem acompanhado dos Deuses da culinária e da bebida, inventou as Gerais
Posteriormente o ser humano explorando as riquezas naturais e minerais, mineiramente acrescentou Minas às Gerais.
Estive nas Gerais no último de fim de semana. O bom é que a estadia foi breve, e se come muito bem por lá. Cada almoço é um acontecimento, um descobrimento, um encontro com os Deuses da culinária regional.
Minas está em festa !
A Fiat faz 35 anos de Brasil e a comemoração promete, com show gratuito de Andrea Bocelli para o povão na Praça Tiradentes.
Num dos deslocamentos que fiz em B.H., tive a sorte de encontrar um falante motorista de táxi, natural de Adamantina, cuja família foi vizinha e amiga da família de Juscelino Kubischek.
A mãe de Juscelino foi sua professora no primário. Conta ele, quando adolescente, Juscelino já governador de Minas, anonimamente esteve em Adamantina, chegando à sua casa no inicio da madrugada.
Bateu na porta; seu pai que era delegado de polícia, tinha o costume de atender casos policiais durante a noite; surpreendeu-se com o fato do governador estar visitando-o, àquela hora.
Após pedir ao seu pai para esconder o carro oficial, Juscelino entrou e já foi pra cozinha, apanhou um garrafão de pinga e sentaram-se, começando ali uma interminável rodada da branquinha. Um dos poucos assessores que o acompanhava trazia consigo um violão, e a cantoria rolou até o sol raiar, intercalada por conversa fiada, piada, previsões incertas sobre sua futura candidatura à presidência da República.
A única certeza era “o garrafão da branquinha”, que não parava de trocar de mão.
Sua mãe, cozinheira de mão cheia e conhecida de Juscelino, já preparava um pedaço de carne de porco, que retirou do latão de banha e improvisou uma carne fritada com pão caseiro, angu e couve.
Já com o sol nascendo, Juscelino se recolheu a um quarto da casa, não sem antes recomendar à sua mãe, o prato que queria comer no almoço: Xico Angu.
No dia seguinte sua mãe saiu cedo para ir à missa, e um assessor a levou com o carro oficial, revelando a clandestinidade do governador, até então ignorada pela cidade.
Após isso, a imprensa o localizou e para deixar a família tranqüila, Juscelino alojou-se num dos hotéis da cidade.
Conta que Juscelino era uma pessoa comum, de gestos simples, alegre, mas teimoso e duro nas decisões; cultivava as amizades e tinha o maior respeito pelos adversários.
Nosso interlocutor acreditava que era o homem certo para o nosso momento, profetizando, quando não há solução, a natureza cuida disso, e cuidou: aí está Aécio que, segundo nosso amigo taxista, é um Juscelino melhorado, curtido na sabedoria dos políticos mineiros, aliás com pós doutoramento, envelhecido e maturado em barris de carvalho, onde ganhou corpo, aroma, sabor e principalmente sabedoria política para enfrentar s problemas nacionais.
Isso é um pouco das Gerais. Aliás, as Minas Gerais estão na moda.
(* Xico angu – (comida preferi da de Juscelino) - Corte o frango caipira, dos grandes, em pedaços pelas juntas, lave bem e deixe marinar por meia hora numa mistura de cebola e alho picadinhos, e sal. Numa panela grande, aqueça o óleo e refogue os temperos, exceto a salsinha e a cebolinha. Acrescente o frango e doure os pedaços por igual. Retire o frango e reserve.
Na mesma panela, frite o quiabo ligeiramente, sem deixar corar. Retorne o frango para a panela e cozinhe, acrescentando água aos poucos até o frango amaciar. Quando estiver pronto, transfira para uma travessa e polvilhe com a salsinha e a cebolinha. Sirva com angu e arroz branco. Rendimento: 6 porções.) Google – Receitas do Allrecipes Brasil.
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