“A gente tem uma perda da capacidade pulmonar. Isso explica porque se morre mais de bronquite crônica, de asma, de enfisema pulmonar e de câncer de pulmão nas cidades poluídas”, diz o pesquisador Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição da USP.
No Brasil, os índices de medição usados atualmente são os mesmos desde 1990, estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Eles nunca foram revisados. O padrão desatualizado dá a impressão de que a qualidade do ar em São Paulo é boa na maior parte do tempo. Mas de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que adota padrões mais rígidos e mais atuais, o ar que se respira na capital paulista é três vezes pior.
O Governo do Estado de São Paulo já se comprometeu a mudar o padrão de medição da poluição do ar, mas até agora nenhuma alteração foi feita.
“É muito importante você ter os critérios da OMS para medir a poluição porque assim você pode tomar as medidas corretas para preservar a saúde pública”, diz Oded Grajew , integrante da Rede Nossa São Paulo.
Em São Paulo, a frota de mais de 7 milhões de veículos é responsável por 90% da poluição do ar. Quando circulam pelas ruas da cidade e mesmo quando ficam parados nos congestionamentos eles emitem poluentes e partículas bem finas que ficam suspensas na atmosfera e acabam sendo respiradas pelo ser humano.
Medição – Por volta das 21h10 desta segunda-feira (4), o “Respirômetro”, equipamento desenvolvido pelo projeto RespirAR, da TV Globo, para medir a qualidade do ar em São Paulo, registrou a concentração de poeira fina de 94 microgramas por metro cúbico. A medição foi feita na Ponte Eusébio Matoso, Zona Oeste. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que para o ar ser considerado bom é preciso que o limite inalado de poluição seja de 25 microgramas por metro cúbico. (Fonte: G1)
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