Um retrospecto preocupante para quem só terá a Copa das Confederações e amistosos para jogar até a Copa do Mundo de 2014.

Agora a seleção brasileira volta a campo no próximo mês de setembro, quando terá a reedição da Copa Roca, torneio de duas partidas contra a Argentina em que só serão convocados jogadores que atuam dentro dos dois países. Foi a primeira vez desde que Mano assumiu que o time sofreu três gols em uma partida.

No primeiro jogo após o fiasco protagonizado na Copa América, quando foi eliminado pelo Paraguai nas quartas de final nos pênaltis ao errar todas as suas cobranças, o Brasil foi amplamente dominado pelo time germânico. Antes de a partida começar, Mano surpreendeu ao barrar Paulo Henrique Ganso, substituído por Fernandinho. Neymar, mesmo gripado, foi para o campo.

Além de tentar suplantar o vexame protagonizado na Argentina, o time de Mano Menezes queria quebrar uma escrita: em um ano de trabalho, a equipe ainda não conseguiu vencer uma seleção do primeiro escalão do futebol mundial --perdeu para França e Argentina e empatou com a Holanda.

A Alemanha, terceira colocada nos dois últimos mundiais, mostrou que segue o trabalho visando conquistar seu quarto título em Copas do Mundo. Götze, meia do Borussia Dortmund, atual campeão alemão, foi o destaque.
O início da partida foi totalmente dominado pelos anfitriões. A pressão era tanta que mais parecia um treino de ataque contra defesa. Com 5min, o camisa 8 alemão driblou André Santos e obrigou Júlio César a grande defesa.

O time do Brasil só conseguiu passar da linha que divide o gramado com a bola dominada depois dos 10min de partida.

Mas o time errava muitos passes e desperdiçava as raras oportunidades que tinha para ameaçar os donos da casa.

A Alemanha, por sua vez, apesar de ter o total controle do jogo, arriscava poucos chutes à meta brasileira. Por isso o gol não saiu na primeira etapa.

O Brasil voltou para o segundo tempo mais ligado na partida. E com 1min, Pato teve a oportunidade de mudar a história e, quem sabe, o resultado do jogo, ao mandar por cobertura, mas para fora, rápido contra-ataque.
O castigo veio aos 14min, quando Kroos foi derrubado na área por Lúcio. Pênalti que Schweinstegger converteu. 1 a 0 Alemanha.

Seis minutos depois, os donos da casa chegaram ao segundo gol. E um golaço. Linda troca de passes, a bola passou pelos pés de Kroos, Müller, Klose e chegou até Götze. O camisa 8 driblou Júlio César e marcou.

Pouco depois, Daniel Alves foi derrubado por Lahm. Robinho bateu e diminuiu para o Brasil. 2 a 1.

Mas a Alemanha ainda conseguiria o seu terceiro tento. André Santos vacilou com a bola dominada dentro da área. Schweinstegger roubou dele, e rolou para Schürrle, que de primeira acertou o ângulo de Júlio César. 3 a 1 aos 34min.

Neymar, no fim, descontou com um belo chute, aos 46min.

O que se viu depois foi a festa dos mais de 55mil presentes, que cantaram, fizeram "ola" e gritaram olé para a seleção brasileira. Fim melancólico para o time mais vencedor do futebol mundial.

Juca Kfouri
“Assa “o” batata de Mano Menezes”
Quando num amistoso internacional a torcida começa a fazer ola você pode ter certeza: o jogo está monótono.

Notas:
Júlio César não passa mais a segurança que já passou: 6,0
Daniel Alves jogou o de sempre na Seleção, longe do que faz no Barcelona: 6,0
Lúcio é mais um que não é mais o mesmo: 5,0
Thiago Silva com a regularidade de sempre: 6,5
André Santos ainda causará sérios prejuízos à Seleção: 4,0
Ralf estreou sem brilhar nem comprometer: 5,5
Ramires foi dos melhores da Seleção: 7,0
Fernandinho é um escárnio, um Felipinho Melinho piorado, mas, do grupo do empresário do técnico da Seleção, embora na reserva do Shakhtar): 4,0
Robinho foi o melhor dos brasileiros: 7,5
Pato não se completa e dá a impressão de pensar mal: 4,5
Neymar, febril e no sacrifício, pouco participou, mas fez belo gol: 6,0
A nota de Mano: 3,0

“O” batata de Mano está assando. Imagine Vanderlei Luxemburgo campeão brasileiro com o Flamengo…

ALEMANHA 3 X 2 BRASIL

Alemanha
Neuer; Trasch, Hummels, Badstuber e Lahm; Schweinsteiger (Rolfes), Kroos, Müller e Gotze; Podolski (Schurrle) e Mario Gómez (Klose)
Técnico: Joachim Low

Brasil
Julio César; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos (Luis Gustavo); Ralf, Ramires e Fernandinho (Paulo Henrique Ganso); Robinho (Renato Augusto), Alexandre Pato (Fred) e Neymar
Técnico: Mano Menezes

Data: 10/08/2011 (quarta-feira)
Local: Mercedes Benz Arena, em Stuttgart (Alemanha)
Arbitragem: Viktor Kassai (Hungria)
Cartão amarelo: Paulo Henrique Ganso (BRA)
Gols: Schweinsteiger, aos 15min, Gotze, aos 21min, Robinho, aos 26min, e Schurrle, aos 34min, e Neymar, aos 47min do segundo tempo
(Fonte: Folha/UOL)