Num momento de reflexão, me fez lembrar os princípios de São Francisco de Assis, o santo protetor dos animais, dos pobres e humildes.
Fiz todo esse trololó, para contar a história dos cachorros que viviam soltos na rua da casa dos meus pais.
Diariamente quando vou à casa deles tomar café, ao chegar e abrir o portão, parece que este ato é a senha para a cachorrada entrar comigo. É uma espécie de Habeas Dog liberatório.
Eles entram e vão direto para o quintal, onde debaixo do tanque, onde costumeiramente encontram algo para comer.
Porém, e sempre tem um porém, esses animais pelo fato de serem de rua, abandonados pelos proprietários, na semana passada foram encaminhados a uma ONG, que cuidará dos seus destinos, dando-lhes amor e dignidade.
Quando lá cheguei, dia desses, e não encontrei a cachorrada, senti falta dos mesmos, da alegria e do barulho que eles fazem, antevendo o rega-bofe que sempre os aguardavam. Aliás, a rua ficou bem mais triste sem essas criaturas.
Qualquer separação sempre é muito triste.
Anteriormente, tive um pássaro preto que me foi presenteado pelo escrivão Nelsinho, hoje Delegado de Policia em Belo Horizonte.
O pássaro preto veio de Barão de Antonina, e chegou quando meus filhos ainda eram crianças e cantava tanto, com vigor e alegria, que os despertava. Fui obrigado a levá-lo para a casa dos meus pais, onde viveu até morrer.
O fato de ficar na gaiola e não solto na natureza prejudicou sua saúde e no fim da vida ficou cego.
Possivelmente, por instinto conseguia encontrar a comida no coxo e se manter no poleiro. Nessa fase, mesmo cego, recebia visitas femininas; diariamente se via uma fêmea do lado externo da gaiola, namorando-o.
Com todas essas deficiências essa ave nunca perdeu a docilidade, nem deixou de cantar, às vezes quando alguém se aproximava para coçar-lhe a cabeça, o que muito lhe agradava, sem ver, ele instintivamente se abaixava para ser acariciado.
Se as carícias eram demais, ele dava pequenas bicadinhas, sem machucar, como querendo registrar: Olha aqui, sou cego, mas não estou morto! Era dotado de uma personalidade muito forte.
O pássaro preto e o Papa são anjos que conviveram conosco, pois embora tenham sofrido muito antes de falecer, em momento algum perderam a docilidade e deixaram de nos encantar!
As
opiniões expressas nos artigos são de responsabilidade
pessoal do autor e não representam necessariamente a posição
do NJNews ou de seus colaboradores diretos.
Veja Mais noticias sobre SAMPASpress