O dólar vem testando novos patamares e chegou a romper a cotação de R$ 4,25, em meio a declarações de Paulo Guedes indicando ser natural o câmbio estar mais elevado, em um cenário de taxa de juros mais baixa e menores gastos do governo.
“Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também é mais alto”, afirmou o ministro da Economia, nesta semana.
O Banco Central está atento à pressão e tem reagido. Ontem, a autoridade monetária fez duas intervenções no câmbio, o que não impediu, contudo, que a moeda americana fechasse em alta. Neste momento, há dúvidas no mercado sobre a extensão da alta do dólar e, é claro, sobre os efeitos na economia.
Em artigo publicado hoje no InfoMoney, Alexandre Schwartsman afirmou que a única preocupação potencial cabível seria o possível impacto negativo do dólar mais caro sobre a inflação, pois poderia limitar a redução da taxa de juros.
“Não é o caso, pelo menos não até agora. Em que pese alguma aceleração dos preços de bens mais sensíveis à taxa de câmbio, não há sinais de contaminação dos demais preços. Tanto a inflação ‘cheia’ quanto as medidas menos sujeitas a influências pontuais (os chamados ‘núcleos’ de inflação) permanecem bem-comportadas”, afirmou o colunista.
Analistas consultados pela reportagem avaliam que o chamado “patamar de equilíbrio” do câmbio está próximo da cotação atual, para lamento de alguns.
Para Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, o tal câmbio de equilíbrio se situa entre R$ 4,10 e R$ 4,20. Na visão do diretor da Wagner Investimentos, José Faria Jr., o intervalo de oscilação mais provável está entre R$ 4,10 e R$ 4,30.
Neste cenário mais conturbado, grandes bancos, como o suíço UBS, estão revendo as suas projeções para a moeda brasileira. (Fonte: Beatriz Cutait, editora de Investimentos do InfoMoney)
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