Esta informação foi transmitida em entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro, que a interrupção do fornecimento de energia elétrica ocorrido na tarde desta terça-feira (4) afetou cerca de 6 milhões de pessoas em todos os Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país, além de uma pequena quantidade de consumidores do Tocantins, na região Norte.
Chipp ressaltou, contudo, que trata-se de um cálculo preliminar. Segundo ele, o consumo foi reestabelecido em tempo médio de 30 minutos --a primeira falha foi detectada às 14h03.
A queda no fornecimento ocorre um dia após o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmar que o governo não enxergava "nenhum risco de desabastecimento de energia".
Segundo o diretor, o que se pode garantir agora é que o problema foi causado por dois curtos-circuitos praticamente simultâneos em duas linhas do sistema de transmissão, entre Miracema (TO) e Colinas (TO). Com isso, uma terceira linha ficou sobrecarregada e caiu também.
Na quinta-feira (6), haverá uma reunião entre ONS e para analisar o ocorrido, e o relatório deverá ser encaminhado à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Mesmo sem conhecer as causas, Chipp descartou possibilidade de um incêndio ter provocado falha nas linhas de transmissão.
O diretor-geral do ONS também negou que o consumo elevado tenha relação com o incidente e garantiu que não há falta de manutenção nas linhas de transmissão. Chipp destacou ainda que o atual padrão de temperatura elevada também não tem relação com a ocorrência.
Na avaliação do presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, a operação do ONS, que prevê o desligamento automático de subestações para alivar a sobrecarga e evitar a propagação da falha, foi um "sucesso", já que evitou um apagão completo.
"Aparentemente, o sistema funcionou como tinha que funcionar. Evitou, por exemplo, que o Sudeste apagasse, como aconteceu em outros eventos. Aparentemente houve sucesso nessa operação. O sistema funcionou e não houve um desligamento geral. Houve um grande avanço em relação a eventos passados, quando tivemos apagões de regiões inteiras", afirmou.
Tolmasquim também voltou a frisar que não há riscos de o Brasil ser alvo de racionamento, mas ressaltou que o país viveu um janeiro atípico. "É o pior janeiro em termos de afluências [chuvas] desde 1954", afirmou. (Fonte: Valor/ Reuters/UOL))
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