Mas era só a chegada do feriado, que vinca o fim da temporada de compras na região e dá um dia de descanso para todos os trabalhadores que vinham labutando dobrado nos últimos meses. Todos? Menos um.
O único comércio aberto na via às 11h de hoje era o bar e churrascaria Campeão, na esquina da 25 com a rua Maria Benedita.
Dentro do estabelecimento, só o dono, Manuel Nóbrega, 46. Na calçada, tomando café, os dois primeiros clientes do dia.
"Pouca gente mora por aqui. Os donos das lojas com certeza não vêm pra esses cantos, então só ficam os pobres coitados que ralam", disse Welington Sousa, 26, que trabalhou até as 16h de ontem como vendedor de uma loja de surf ali do lado.
"É só pelo hábito. Trabalho porque tem que trabalhar", disse o dono do lugar, que pediu para não ser fotografado. "Eu não sou notícia!", argumentava abanando uma mão e pegando uma caneta atrás da orelha para anotar o pedido dos poucos fregueses.
A reportagem correu a 25 de Março de cima a baixo por três vezes. Contou 12 pessoas em 15 minutos: seu Manuel, oito policiais militares na labuta, um catador de latas e os dois clientes da Campeão.
Nas imediações do Natal, de 800 mil a 1 milhão de pessoas passam por dia pela região, segundo a União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências (Univinco). Cada uma delas gasta, em média, R$ 200 em brinquedos, roupas, material para artesanato e falsificação de toda sorte.
"Amanhã começa a voltar tudo ao normal", disse o trabalhador solitário. "E eu vou continuar aqui." (Fonte: Folha/ Chico Felitti)
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