“Eu passo sempre aqui e me chama bastante a atenção. Acho que deveria ter mais. Estão muito bonitas”, conta o aposentado João Copola, que, morador da Vila Suíssa, está sempre de passagem pelo cruzamento das Avenidas Ricieri José Marcatto e Francisco Rodrigues Filho, no distrito de César de Sousa, onde seis cerejeiras enfeitam o canteiro. Essas plantas florescem no inverno e têm forte significado na cultura japonesa.
“A cerejeira traz paz e harmonia. É uma beleza japonesa e tem um significado diferente para a colônia nipônica. Ela traz a mensagem de que tudo que floresce depois desaparece. É como a vida de uma pessoa”, conta Kiyoji Nakayama, presidente do conselho administrativo do Bunkyo mogiano, associação que reúne japoneses e descendentes.
A florada da cerejeira só acontece uma vez por ano e é curta. Cada árvore sustenta suas flores por cerca de duas semanas. “Temos mais de 300 variedades desta planta, como a okinawa, que tem uma flor mais avermelhada, e a himalaia, com flores rosa claro. Em Mogi as cerejeiras costumam florir entre o fim de junho e o início de agosto, dependendo da variedade e do clima”, completa Nakayma.
Amante das cerejeiras – Na praça Norival Tavares – no Parque Monte Líbano – um exemplar antigo desta espécie aparenta cansaço. A cerejeira já não dá tanta flor como se recorda o cabeleireiro Ricardo Youssef, dono de um salão em frente à praça e “pai” da árvore. “Eu plantei ela em 1982. Na época meu sogro trabalhava em uma empresa de Guarulhos que havia importado várias cerejeiras para enfeitar o jardim de lá. Sobrou uma e ele me ofereceu. Eu disse que tinha uma praça bonita em frente ao meu salão e falei que plantaria lá”, recorda.
O cabeleireiro conta que ele próprio cuidava da árvore e ela costumava dar belas floradas. “Faz uns quatro anos que a Prefeitura fez poda, mas podaram na época errada. Desde então ela não fica mais tão bonita. Ela também está com fungos, eles não cuidam. Isso vai adoecendo a árvore”, reclama. A árvore faz parte do trecho da praça que é adotado pelo Lions, mas o morador afirma que apenas a prefeitura faz as podas.
Apaixonado por árvores, ele já plantou outras mudas pela cidade. “O pessoal sabe que eu gosto e sempre me dão algumas plantas. Eu planto na casa de amigos e nos bairros. Frequentava uma academia em César e plantei duas cerejeiras naquele canteiro da Francisco Rodrigues Filho”, conta Youseef.
Clima e solo – A secretária adjunta de Verde e Meio Ambiente, Lucila Manzatti, explica como funciona o programa de adoção de praças. “Normalmente a entidade faz a manutenção das plantas rasteiras, como as moitas, flores e grama, e a Prefeitura faz a poda das árvores por já ter uma estrutura preparada”. Ela ressalta que a poda tem o objetivo de ajudar a árvore. “Ela é feita pós-frutificação e para renovar o vigor da planta e cada espécie tem sua poda certa”, conta.
Sobre a cerejeira da praça Norival, a Secretaria de Serviços Urbanos afirma que não houve poda inadequada. “O que foi feito foi a retirada de galhos secos no ano passado. O clima e a idade da árvore podem influenciar na intensidade da florada”, afirma Ronaldo Donizete Cunha, responsável pela manutenção das praças.
Lucila Manzatti lembra de outro fator que também interfere na florada. “Pode ser o caso da adubação do solo. A Prefeitura tem uma programação para isso. Não podemos esquecer que o clima está mudando e as épocas de chuva estão diferentes”, explica. Sobre a reclamação de que a árvore estava com fungos, a secretária-adjunta prometeu enviar uma equipe para avaliar o caso. (Fonte: G1)
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