A diferença do consumo de combustível entre diferentes modelos de carro pode variar entre R$ 2.348 e R$ 4.696, revela um levantamento feito pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
De acordo com o Instituto, os consumidores costumam escolher o carro de acordo com a melhor oferta de preços e juros, itens opcionais, brindes ou pagamento do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) pela concessionária.
Porém, apenas sabendo quanto cada modelo gasta, o consumidor poderia optar pelo carro que melhor se encaixa em seu orçamento. Por isso, que para chegar à conclusão de que pode existir uma grande diferença no consumo de combustível entre um modelo e outro, o Idec se baseou em dois modelos - escolhidos aleatoriamente - que participam este ano do PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular).
Os modelos escolhidos foram um que faz 13,8 quilômetros por litro, o outro que percorre 6,9 quilômetros por litro, ambos abastecidos com gasolina e trafegando por trecho urbano. Ao todo, são oito montadoras participantes - Fiat, Ford, Honda, Kia, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagen.
Programa
Para quebrar essa distorção e estimular o consumo responsável, foi criado em 2008 o PBEV. Desenvolvido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), a ideia é que os carros, a exemplo do que já ocorre com outros produtos (como geladeiras e fogões), ostentem a Ence (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia), indicando a sua eficiência energética e uma nota que pode variar de “A” para os veículos mais econômicos e “E” para os mais gastões.
Segundo o Idec, apenas 11 dos 107 modelos que participam do PBEV exibem no momento da compra a etiqueta que informa o consumo de combustível do automóvel.
Para o Instituto, o programa, que ainda é voluntário, precisaria tornar-se compulsório para que fosse garantido o direito à informação, fundamental para a escolha do consumidor.
Montadoras
Os pesquisadores do Idec buscaram as informações sobre o consumo de combuistível e a etiqueta nas concessionárias (duas de cada montadora), no SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor ) e na página virtual das montadoras. Foi considerado não apenas se a informação era fornecida, mas também a sua consistência.
Das montadoras pesquisadas - Fiat, Ford, Honda, Kia, Peugeot, Renault, Toyota e Volkswagen -, apenas a Renault tinha informações sobre a etiquetagem dos veículos.
No SAC, apesar de não informarem detalhes sobre a etiquetagem, os atendentes da Fiat, Honda, Kia e Toyota indicaram o site do Inmetro como fonte de informações.
Nas concessionárias, entre as montadoras avaliadas, a Ford e a Honda não possuíam nenhum modelo com a etiqueta.
Em resposta à pesquisa, apenas a Honda se posicionou, afirmando que tem enviado circulares para as concessionárias, orientando-as a manterem a etiqueta nos veículos até a entrega ao cliente. Além disso, garantiu que visitas periódicas têm sido feitas aos pontos de venda para monitorar o cumprimento das orientações.
A Portaria nº 377 do Inmetro, de setembro de 2011, considerava que todos os modelos que faziam parte do PBEV apresentassem a etiqueta nos pontos de venda. Mas, infelizmente, o Inmetro recuou, provavelmente, por pressão das montadoras, e um texto posterior (Portaria nº 5, de janeiro de 2012) estipulou que dos modelos que participam do PBEV (pelo menos 50%), apenas a metade precisa exibir o selo. Essa regra começou a valer em 15 de abril deste ano. (Fonte: Fabiana Pimentel/Money)
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