O investigador Perna, contrariamente, debutada na policia, era seu primeiro plantão noturno.
Dr. Pirilo retornava acompanhado dos pais, após tomar um cafezinho no bar da esquina. O pai, Desembargador aposentado, parecia enojado com o que via por ali, mas ficou satisfeitíssimo quando, ao adentrar naquela confusão que estava o plantão, ouviu Perna falando alto:
- Fui salvo pelos Direitos Humanos !
Essa frase soou reconfortante aos ouvidos do Desembargador e seus familiares; era uma massagem no ego destes; sentiram-se homenageados com o que dissera Perna.
O Desembargador, depois do que ouvira, tinha certeza que acertara quando exigiu que o filho passasse primeiro pela policia, antes de assumir o Judiciário. Esses conhecimentos iriam dar-lhe muita experiência e engrandecê-lo na carreira.
Ao se despedir-se do filho, o Desembargador lhe desejou sorte no último plantão e abraçou Perna.
- Você tem sorte de trabalhar com uma pessoa que respeita e enaltece os Direitos Humanos, coisa rara hoje em dia !
Dr. Pirilo sentou-se na sua poltrona, se ajeitou, afrouxou a gravata e procurou se inteirar do que estava acontecendo.
- Perna que confusão é essa?
- Esse marmanjo ai de camisa azul, é casado com aquela ali de bermuda verde e amante daquela outra de short azul. Os outros são parentes e curiosos.
- Acontece que a “gostosona – a amante, “apreceia fazer amor daquele tipo ... tomando sorvete de limão”, como ela mesmo já afirmou.
- Ooooooooooooooooooooo qqqqqqqqquuuuuuuuuuuuueeeeee?
- Porque, se não for de limão, de palito, redondo, roliço ela não .... chega ao clímax.
- Milho verde, coco queimado, groselha não vale ?
- Naaaaaaaaaaaaaaaãoooooooooooooooooo !
- A confusão começou porque a mulher verdadeira foi à padaria comprar leite, e o Sr. Manoel falou que a conta estava alta e vencida. Ela deu uma olhada na mesma e viu aquele montão de anotações de sorvete, e ela nunca compra sorvete porque é diabética.
- Acidente de trabalho?
- Sem vergonhice pura!
- A confusão continuou porque a “corna”, a verdadeira mulher, “a rainha do lar”, descobriu que ele levava sorvete quando ia na casa da amante; e que acabara de sair da padaria com um montão de sorvete de limão, de palito.
- Roliço?
- Sim, ela só gosta aqueles daquela marca famosa. Vendo-se traída, ela telefonou pro marido da outra, denunciando a “galhagem na testa e informando que provavelmente naquele momento os dois estavam trocando um óleo, em sua cama nupcial e certamente sorveteando”
- Ele perguntou como o outro estava trajando, e o senhor nem imagina, ele estava com uma camisa igual a minha.
Enquanto isso a “corna” foi defronte a casa da outra fazer escândalo; a PM foi chamada e foram conduzidos todos pra cá, inclusive os amantes.
- Pelados?
- Não vestidos.
- O marido galhudo chegou aqui soltando fogo pelas ventas e após encher a cara da esposa de felicidade, avançou em minha direção tentando me agredir, logicamente pensando que eu era o bom da boca, o macho da rainha do lar dele, tentando me agredir.
- Fui salvo pelos Direitos Humanos !
- Como?
Perna se afasta e volta com um porrete igual a taco de baisebol, de um metro, mais ou menos, com lugar própria para segurá-lo, e no meio, em local raspado, escrito em pincel atômico: Direitos Humanos.
- Quando ele avançou em minha direção, dei-lhe umas oito pauladas, inclusive uma no meio da galhada, a certeira, a que o mandou para o pronto socorro.
- Graças a Deus meu pai não ouviu isso!
José Wagner Sampaio é Advogado
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